Tráfico e poluição ameaçam cavalos-marinhos do Mar Piccolo

Cavalos-marinhos e pepinos-do-mar são cobiçados pelos traficantes
Cavalos-marinhos e pepinos-do-mar são cobiçados pelos traficantes Direitos de autor TIZIANA FABI/TIZIANA FABI
Direitos de autor TIZIANA FABI/TIZIANA FABI
De  Luca Palamara
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Universidade de Bari começou em 2016 uma operação de repovoamento das colónias de animais e plantas deste mar na região de Taranto, em Itália.

PUBLICIDADE

O Mar Piccolo (Mar Pequeno) é uma lagoa costeira de 20 quilómetros quadrados ligada ao mar através de um canal que corta o centro da cidade de Taranto, em Itália. É também a casa de uma importante comunidade de cavalos-marinhos.

Diz Marco Dadamo, diretor da reserva natural "Palude La Vela": "O Mar Piccolo é um autêntico tesouro de biodiversidade. Por esta razão, foi identificado como Parque Natural Regional pela Região da Apúlia em 2020. Existem muitas espécies importantes em termos de fauna e flora."

Desde 2014, o tráfico ilícito gerido por organizações criminosas locais saqueou o Mar Piccolo da flora e fauna, especialmente pepinos-do-mar e cavalos-marinhos, que rendem milhões de euros no mercado asiático, onde são usados na cozinha e em produtos cosméticos.

Desde 2016, investigadores da Universidade de Bari notaram um declínio preocupante na população de cavalos-marinhos e implementaram técnicas de repovoamento e colónias artificiais no fundo do mar do Mar Piccolo.

No entanto, alguns ativistas contestam a dimensão do problema: "Quando mergulhamos, encontramos cavalos-marinhos e esses 90% não são muito. Gostaríamos de discutir com as instituições e com a parte científica, nomeadamente com a Universidade de Bari, para perceber quais são os dados reais", diz Luciano Manna, do VeraLeaks, um site de informações locais.

Poluição ameaça espécies

O verdadeiro problema parece ser a demora na recuperação do Mar Piccolo, infestado de poluentes provenientes da atividade de décadas da siderurgia e do Arsenal da Marinha: "Nem um metro quadrado do mar infestado pelos temíveis poluentes, que sabemos terem sido caracterizados e certificados pelo Comissário Extraordinário para a Recuperação, nomeadamente dioxinas, PCBs e furanos, foi recuperado", diz Manna.

A preservação de uma das mais importantes colónias de cavalos-marinhos da Europa não tem apenas um valor ambiental: "Os cavalos-marinhos do mar de Taranto são habitantes que vivem há muito tempo. Digamos que são os animais que identificam estes lugares", diz Marco Dadamo.

Francesca Viggiano, conselheira para o Ambiente do Município de Taranto, diz: "A proteção desse mar significa também não só proteger a identidade, mas também toda uma população que já não quer viver da monocultura do aço, mas que está a abrir muitas outras oportunidades noutras actividades produtivas que têm um impacto positivo no nosso recurso marinho."

"O Mar Piccolo é uma zona de forte identidade para a cidade de Taranto. Entre a grande fábrica de destilação desativada e um projeto de recuperação que nunca começou, é também um local de tráfico ilegal e de esperança de renascimento.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Algas cultivadas em laboratório salvam espécies no Mar Negro

UE adia decisão sobre prorrogação por 10 anos do glifosato

Centenas de residentes em Veneza manifestam-se contra “taxa de entrada” para turistas