Na capital alemã, um israelita e um plaestiniano são sócios num restaurante, que serve de exemplo de como é possível a cooperação entre os dois povos.
Este é o Kanaan - um restaurante em Berlim, propriedade de um israelita e de um palestiniano. Ambos afirmam que a sua "missão de promover a unidade e a paz tornou-se mais forte desde o início da guerra entre Israel e o Hamas".
O proprietário Oz Ben David disse que o choque do ataque do Hamas o levou a fechar o restaurante por alguns dias. Mas voltou a abri-lo quando viu algumas empresas israelitas fecharem temporariamente devido ao temor de ataques antissemitas.
“Para construir essas pontes entre nós, procurar o que partilhamos uns com os outros, se estes lugares estiverem a ser encerrados, então, o terror estará a vencer. Precisamos mostrar e ser algo diferente", firmou.
Oz explicou que ele e o coproprietário, Jalil Dabit, fundaram o restaurante para desafiar as crenças de que não seria possível que pessoas com as suas identidades trabalhassem juntas.
O restaurante expandiu-se e emprega pessoas que refletem a diversidade de Berlim – sírios, egípcios e membros da comunidade LGBT.
A repórter da Euronews, Kristina Jovanovski, diz que "Oz e Jalil atraíram a atenção internacional pelo seu restaurante. Jalil diz que foram os valores semelhantes que levaram à parceria e a sua experiência de trabalho aqui permitiu que superassem as adversidades e continuassem a trabalhar juntos, apesar das suas origens diferentes".
Jalil Dabit disse à Euronews: “Mesmo estando no meio da guerra, não posso odiar meu parceiro porque trabalhamos juntos há 9 anos e estamos a fazer coisas juntos, coisas incríveis. Quando as pessoas trabalham juntas, elas ficam mais próximas.”
Oz e Jalil inicialmente queriam que o restaurante fosse um exemplo de cooperação para outros israelitas e palestinianos. Mas eles perceberam que o seu significado ia muito além disso, como refere Oz Ben David: “Percebemos o quanto este lugar era importante para os alemães locais, europeus que vivem aqui em Berlim, e que procuravam um lugar onde a dor de ambos os lados fosse válida.”