Os riscos e oportunidades da inteligência artificial (IA) estão sob os holofotes naquela que está a ser considerada a primeira cimeira global sobre a nova tecnologia, que decorre no Reino Unido.
Os líderes mundiais e os chefes da indústria estão a avaliar as ameaças potenciais representadas pela IA e a melhor forma de regular o setor.
Elon Musk, CEO do X, SpaceX, e Tesla reconhece que a IA tem possíveis desvantagens, mas pede cautela na imposição de regras.
"Sejamos cautelosos na forma como as regulamentações são aplicadas, para não cobrar regulamentações que inibam o lado positivo da IA. É por isso que estou realmente enfatizando, inicialmente, começar com o insight, temos de começar com a observação de uma terceira parte neutra, e, então, propor a criação de regras."
Os EUA enviaram a vice-presidente Kamala Harris que, juntamente com mais de 27 outros representantes nacionais, assinou uma declaração conjunta sobre segurança da IA.
Sinalizando as divisões que podem surgir, o presidente Joe Biden emitiu esta semana uma ordem executiva visando que os EUA liderem o caminho na gestão dos riscos da IA.
Para além de políticos, autoridades digitais, chefes de empresas de tecnologia e investigadores participam na cimeira para discutir e compreender melhor os riscos extremos representados pela inteligência artificial de ponta.
A AI Safety Summit é um trabalho de amor para o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, um ex-banqueiro amante da tecnologia que deseja que o Reino Unido seja um centro de inovação em computação e enquadrou a cimeira como o início de uma conversa global sobre o desenvolvimento seguro da IA.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, pode, no entanto, desviar a atenção na com um discurso separado em Londres, expondo a abordagem mais prática do governo Biden.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e executivos de empresas de inteligência artificial dos EUA, como Anthropic, DeepMind do Google e OpenAI, e cientistas da computação influentes como Yoshua Bengio, um dos “padrinhos” da IA, também estarão presentes. .
A Coreia do Sul concordou em sediar uma mini cimeira virtual sobre IA daqui a a seis meses, seguida por uma presencial na França daqui a um ano, disse o governo do Reino Unido.
Sunak disse que a tecnologia traz novas oportunidades, mas alertou sobre a ameaça da IA de fronteira para a humanidade, porque poderia ser usada para criar armas biológicas ou ser explorada por terroristas para semear o medo e a destruição.
Somente os governos, e não as empresas, podem manter as pessoas protegidas dos perigos da IA, disse Sunak na semana passada. No entanto, no mesmo discurso, ele também apelou contra a pressa em regulamentar a tecnologia de IA, dizendo que primeiro ela precisa ser totalmente compreendida.
Em contraste, Harris sublinha a necessidade de abordar o aqui e agora, incluindo “os danos sociais que já estão a acontecer, como o preconceito, a discriminação e a proliferação de desinformação”.
Segundo Harris, a administração Biden está “comprometida em responsabilizar as empresas, em nome do povo, de uma forma que não sufoque a inovação”, inclusive através de legislação.