Maioria republicana aprovou um pacote de ajuda militar a Israel, rejeitando mais fundos para a Ucrânia, ou Taiwan, como queria Joe Biden. Presidente norte-americano diz que medida é para vetar.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um novo pacote de ajuda militar a Israel no valor de 14 mil milhões de dólares, aproximadamente 13,5 mil milhões de euros. De fora, ficaram fundos para Ucrânia, ou Taiwan, solicitados pelo presidente Joe Biden.
Com a aprovação da iniciativa legislativa, o speakerMike Johnson passou o primeiro grande teste à frente da Câmara.
O novo líder da maioria republicana conseguiu ainda que o auxílio apenas para Israel seja compensado com cortes nas despesas do Governo, o que representa uma dupla perda para Biden, que já tinha anunciado a intenção de vetar a medida, caso contemplasse apenas ajuda a Israel.
"A ideia de um suplemento urgente é apresentarmos o que pensamos serem pedidos urgentes. E o Presidente quer que todos eles sejam honrados, que todos eles sejam tratados pelo Congresso, todos eles em conjunto. Não os teríamos apresentado dessa forma se não acreditássemos que são todos importantes e que devem ser tratados em conjunto", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.
O presidente norte-americano apelou já a "pausas" humanitárias no confito entre Israel e o Hamas, mas, abordado por uma rabina, em Minneapolis, excluiu a hipótese de um cessar-fogo.
A Casa Branca defende que uma paragem temporária dos bombardeamentos daria tempo para a retirada dos reféns feitos pelo grupo islamita. Também oPentágono considera não ser o momento para um cessar-fogo, alegando que poderia ser usado pelo Hamas para se reagrupar.
Blinken em Israel para discutir questões humanitárias
As questões humanitárias estarão certamente na agenda do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, de visita a Israel, esta sexta-feira.
"Vamos falar sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos aos homens, mulheres e crianças de Gaza", disse Blinken aos jornalistas antes de deixar Washington.
Antes de embarcar, Blinken reiterou à imprensa que "Israel não só tem o direito, mas também a obrigação de se defender e de tomar medidas para garantir" que ataques como o levado a cabo pelo Hamas em 7 de outubro "não voltam a acontecer".
No entanto, após uma reunião em Washington com o ministro da Defesa da Arábia Saudita, Khalid bin Salman, esta quinta-feira, Blinken não abandonou o país sem assegurar a preocupação da Casa Branca com as avultadas baixas civis entre os palestinianos, acima dos nove mil mortos, e o difícil acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
"Vimos nos últimos dias que os civis palestinianos continuam a ser os mais afetados e é importante que os EUA se comprometam em garantir que seja feito tudo o que for possível para protegê-los", disse.