Henry Kissinger morreu aos 100 anos de idade

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Norte-americano venceu o Prémio Nobel da Paz em 1973 mas está diretamente ligado a alguns dos piores momentos da história dos EUA

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Henry Kissinger morreu esta quarta-feira aos 100 anos de idade. O antigo Secretário de Estado dos Estados Unidos foi uma figura incontornável na diplomacia do Século XX e apesar de ter ganho o Prémio Nobel da Paz em 1973, não deixa de estar associado a momentos negros na história dos Estados Unidos, como o apoio ao golpe de Estado de Pinochet, no Chile, ou à invasão de Timor-Leste em 1975.

As causas da morte não foram reveladas. A família informou que realizará uma cerimónia fúnebre privada, estando prevista uma homenagem pública a realizar mais tarde.

Kissinger asceu na Alemanha em 1923, filho de pais judeus. A sua família fugiu do nazismo e emigrou para os Estados Unidos no final da década de 1930. Naturalizou-se aos 20 anos de idade.

O jovem Kissinger era bilingue, conhecia bem o seu país natal e era conhecido pela sua inteligência. Foi descoberto pelos serviços secretos americanos, que lhe confiaram missões na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

De regresso aos Estados Unidos, estudou em Harvard, onde se tornou professor. Os seus conhecimentos na área da segurança internacional abriram-lhe as portas da política.

Richard Nixon ofereceu-lhe o primeiro cargo importante: Assistente de Segurança Nacional, em 1969. Em 1973 tornou-se Secretário de Estado.

Nessa altura, as relações entre os Estados Unidos e a China estavam num impasse há mais de 20 anos. Trabalhando nos bastidores, Kissinger conseguiu renovar o diálogo.

Em 1972, o Presidente Nixon encontrou-se com Mao Tsé-Tung. A imagem dos Estados Unidos estava manchada pela guerra do Vietname, na qual o país se encontrava bloqueado.

Henry Kissinger propôs à administração um plano de retirada do conflito em quatro fases e participou nas negociações que conduziram à assinatura de um cessar-fogo em Paris, em 1973.

O seu empenho valeu-lhe o Prémio Nobel da Paz.

Diplomata de exceção, esteve pessoalmente envolvido nas negociações. O mesmo aconteceu no rescaldo da Guerra do Yom Kippur de 1973. Kissinger fez onze viagens entre Israel, a Síria e o Egito até se chegar a um acordo.

Promoveu a "política de desanuviamento", que em plena Guerra Fria conduziu a uma aproximação entre os Estados Unidos e a União Soviética.

Tinha pouca simpatia pela diplomacia da Comunidade Económica Europeia, a precursora da União Europeia. Considerava que não existe uma política comum na cena internacional.

Deixou a administração norte-americana em 1977, o que não o impediu de manter a sua influência na diplomacia internacional.

Em julho de 2023, foi recebido na China pelo Presidente Xi Jinping, numa altura de relações tensas com os Estados Unidos.

Henry Kissinger trabalhou nos bastidores da diplomacia até ao fim.

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