A morte dos três reféns pelo exército de Israel está a gerar uma onda de ira popular no país, colocando pressão sobre o governo para que reate as negociações com o Hamas.
Os três reféns israelitas que foram baleados por engano pelas tropas israelitas na Faixa de Gaza agitavam uma bandeira branca e estavam sem camisa quando foram mortos, disse um oficial militar israelita este sábado.
A ira popular causada por estas mortes por engano deverá aumentar a pressão sobre o governo israelita para renovar as negociações com o Hamas, mediadas pelo Qatar, sobre a troca de mais reféns por palestinianos presos em Israel. O Hamas condicionou a libertação de mais reféns ao facto de Israel suspender a sua campanha aérea e terrestre em Gaza, que já vai na 11ª semana.
O relato da morte dos reféns também levantou questões sobre a conduta das tropas terrestres israelitas. Os palestinianos relataram em várias ocasiões que os soldados israelitas abriram fogo quando os civis tentavam fugir para um local seguro.
O oficial militar, que falou sob condição de anonimato para informar os repórteres de acordo com os regulamentos militares, disse que era provável que os reféns tivessem sido abandonados pelos seus captores militantes ou tivessem escapado. O comportamento dos soldados foi "contra as nossas regras de combate", disse o oficial, e está a ser investigado ao mais alto nível.
Os três reféns, todos jovens na casa dos 20 anos, foram mortos na sexta-feira na zona de Shijaiyah, na cidade de Gaza, onde as tropas se envolveram em combates ferozes com militantes do Hamas nos últimos dias. Estão entre as mais de 240 pessoas tomadas como reféns durante um ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro, no qual foram mortas cerca de 1200 pessoas, na sua maioria civis. O ataque desencadeou a guerra.
Centenas de manifestantes bloquearam a principal autoestrada de Telavive na sexta-feira, numa manifestação espontânea exigindo o regresso dos reféns.