Eleições europeias: qual o grau de empenhamento dos jovens franceses?

Um homem vota para as eleições europeias e para um referendo local sobre o campo de Tempelhof numa assembleia de voto em Berlim, Alemanha, no domingo, 25 de maio de 2014.
Um homem vota para as eleições europeias e para um referendo local sobre o campo de Tempelhof numa assembleia de voto em Berlim, Alemanha, no domingo, 25 de maio de 2014. Direitos de autor A3390/_Kay Nietfeld/AP
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De  Ilaria Federico
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Artigo publicado originalmente em francês

Dentro de alguns meses, em junho, será altura de votar e eleger os nossos representantes no Parlamento Europeu. Será que os jovens eleitores franceses se sentem envolvidos neste processo democrático?

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Dentro de alguns meses, em junho, uma nova etapa crucial aguarda os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia: votar e eleger os seus representantes para o Parlamento Europeu. Nas últimas eleições de 2019, registou-se um aumento significativo de 50% na participação dos jovens em comparação com as eleições de 2014.

No entanto, a situação foi ligeiramente diferente em França, entre os jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 39. A participação eleitoral deste grupo etário oscilou entre 32% e 37%, abaixo dos níveis registados noutros países da UE, como a Dinamarca, a Alemanha e a Bélgica, onde entre 60% e 90% dos jovens eleitores votaram.

Qual é a situação atual? Será que os jovens eleitores franceses se sentem envolvidos neste processo democrático?

Falámos com alguns deles. E os resultados falam por si. "Acho que não vou votar, porque nem sequer sabia quando era o dia. E não me interessei muito pelos candidatos nem pelos partidos", explica uma jovem. "Acabei de fazer 18 anos e não sei muito sobre como as coisas funcionam, por isso é evidente que é preciso fazer mais para nos informar", comenta um jovem. "Tenho 19 anos, vou fazer 20 em breve este ano, e nunca ouvi falar de nada. Só se sabe que há eleições, mas não se sabe nada sobre isso", acrescenta uma rapariga.

Perante esta falta de interesse, o movimento Jovens Europeus - França (Les Jeunes Européens France)** está a agir, organizou recentemente uma simulação do Parlamento Europeu.** Em Paris, no dia 20 de janeiro, estudantes do ensino secundário e jovens de várias cidades francesas tiveram a oportunidade de "vestir a pele" de deputados ao Parlamento Europeu. Esta iniciativa insere-se no âmbito do projeto MEET, financiado pela Comissão Europeia, que visa promover debates em vários pontos da Europa para estimular a participação cívica dos jovens.

"Não creio que os jovens franceses estejam particularmente bem informados sobre as questões europeias e o funcionamento do Parlamento Europeu", afirma Laure Niclot, Presidente do movimento. "Penso que o último Eurobarómetro revelou que apenas 14% dos franceses sabiam a data das eleições europeias. Por isso, é um verdadeiro desafio para nós sermos capazes de os mobilizar, sensibilizar e informar sobre estas questões".

"Penso que projetos como o de hoje, organizado pelos Jovens Europeus, nos permitem dialogar com os jovens e ajudá-los a compreender, em termos práticos, como funciona a União Europeia, como funcionam as instituições europeias, o papel do Parlamento, o papel da Comissão, o papel do Conselho", explica Jessica Larsson, Chefe Adjunta da Representação da Comissão Europeia em França. "Penso que esta educação é muito importante para compreender que a Europa é uma democracia e é também uma democracia participativa, como vimos com a Conferência sobre o Futuro da Europa, cujo objetivo é mobilizar e ouvir as expetativas dos cidadãos europeus".

O que é que a UE está a fazer para informar os jovens sobre as eleições europeias?

"É importante votar com conhecimento de causa. Para isso, existem os sítios Web da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu. Há também as nossas representações europeias em França. Também temos um sítio Web. Também estamos presentes nas redes sociais", explica Jessica Larsson. "Por isso, há muito acesso à informação e é extremamente importante informar-se, fazer perguntas e procurar respostas e, talvez, procurar eventos como o de hoje para o fazer não apenas virtualmente". Para encontrar outras iniciativas participativas, Jessica Larsson convida os jovens a consultar a plataforma ensemble.eu.

Com um texto na mão, os estudantes debatem e procuram soluções para melhorar um projeto de lei da UE. "O que pedimos aos alunos foi que estudassem um texto, uma resolução do Parlamento Europeu sobre a Convenção sobre o Futuro da Europa. Eles estão num grupo político, por isso o seu objetivo é ver o que podem alterar no texto", explica um voluntário de Les Jeunes Européens France.

"Temos a oportunidade de ver as negociações entre os diferentes partidos. Através desta simulação, podemos colocar-nos no lugar e no papel destes deputados europeus, o que nos ensina mais do que uma palestra num anfiteatro", comenta um jovem participante entusiasmado.

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