Primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, prometeu apresentar novas medidas para combater concorrência desleal na agricultura e renegociar políticas agrícolas na cimeira da UE esta quinta-feira.
O governo francês prometeu apresentar novas medidas para responder às reivindicações dos agricultores que mantêm os protestos, depois de as primeiras medidas apresentadas na sexta-feira não terem correspondido às exigências do setor.
No primeiro discurso perante o parlamento, três semanas após ser nomeado primeiro-ministro, Gabriel Attal saiu em defesa dos agricultores, adiantando que vai ser implementado um controlo apertado aos produtos importados para fazer face à concorrência desleal.
"O objetivo é claro: garantir uma concorrência justa, especialmente para que as regulamentações que estão a ser aplicadas aos agricultores [franceses] também sejam respeitadas pelos produtores estrangeiros", declarou.
O chefe do executivo francês prometeu ainda renegociar o fim do pousio obrigatório, ao abrigo das atuais regras da Política Agrícola Comum, bem como as importações da Ucrânia, na cimeira da União Europeia marcada para quinta-feira.
"Precisamos de ouvir os agricultores, que estão a trabalhar e estão preocupados com o seu futuro e subsistência", defendeu Attal.
Há semanas que os agricultores franceses utilizam tratores para bloquear as estradas e abrandar o trânsito em toda a França, em protesto contra a quebra de rendimentos, a complexidade burocrática, ou a concorrência estrangeira.
Na segunda-feira, entraram em vigor bloqueios por tempo indeterminado em algumas das principais vias de entrada de Paris, convocados pelos grandes sindicatos agrícolas.
Também em Espanha, três sindicatos agrícolas anunciaram na terça-feira que se juntarão ao movimento.
Os bloqueios em França já estão a causar prejuízos aos transportadores espanhóis e portugueses, que não conseguem atravessar o país. De acordo com a Confederação Espanhola de Transporte de Mercadorias, os danos ascendem a mais de 12 milhões de euros por dia.
Na Bélgica, os agricultores também organizaram protestos na terça-feira. Dezenas de tratores bloquearam o anel rodoviário na Antuérpia, criando engarrafamentos.
O bloqueio foi levantado às 10:00, mas ainda havia constrangimentos na circulação. Os agricultores belgas criticam as políticas ambientais da União Europeia, o fluxo de importações e o aumento dos custos de produção.