Protesto dos agricultores franceses dificulta exportações portuguesas e faz perder milhões por dia

Protesto dos agricultores franceses impede exportação de alimentos portugueses e espanhóis
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Empresas de transportes portuguesas e espanholas estão a ter dificuldade em atravessar Paris e a chegar ao norte de França, somando prejuízos superiores a 12 milhões de euros por dia.

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Os agricultores franceses prosseguem esta quarta-feira o bloqueio das principais vias de entrada em Paris, quase duas semanas após o início do protesto por melhores condições de trabalho.  

Mas os bloqueios das autoestradas francesas e os piquetes nas fronteiras estão a causar prejuízos às empresas de  transportes portuguesas e espanholas, atrasando a exportação de produtos alimentares - frutas, legumes, carne, azeite e vinho – para o norte de França, uma vez que os camionistas não conseguem atravessar o país ou veem as suas mercadorias destruídas. 

Os prejuízos das empresas de transportes portuguesas e espanholas estão a ascender a mais de 12 milhões de euros por dia, segundo a associação patronal dos transportes espanhóis, citada pela AP. Para além dos prejuízos, os camionistas estão presos há dias, sem poderem circular. 

O protesto dos agricultores franceses estendeu-se também esta quarta-feira a Lyon e os manifestantes têm intenção de bloquear a segunda maior cidade de França. Ao final do dia de terça-feira, já tinham conseguido bloquear a autoestrada A89 , que liga a capital dos gauleses à cidade de Clermont-Ferrand.

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, que apresentou na terça-feira a sua declaração política oficial, de início de legislatura, ao parlamento, sublinhou que a agricultura francesa é “a nossa força e o nosso orgulho”. 

Attal prometeu que França irá trabalhar para alargar a isenção das regras comunitárias relativas aos pousios e que Paris irá criar um fundo de emergência para os produtores de vinho em dificuldades, para além de outras ajudas ao sector.

Atualmente, os agricultores são obrigados a assegurar que 4% dos seus terrenos agrícolas não estejam a produzir ou a manter 3% de terreno sem produção mas acrescentar 4% de culturas que aumentem a biodiversidade, como as leguminosas.

Espanha rejeita concorrência desleal

O ministro da Agricultura espanhol, Luis Planas, rejeitou entretanto a acusação de que os agricultores espanhóis gozam de uma vantagem injusta sobre os seus vizinhos, depois de o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, ter afirmado que iria procurar solução para as reclamações dos agricultores franceses sobre a concorrência. 

Um dos temas que os agricultores franceses têm vindo a referir é a alegada concorrência desleal dos seus rivais, devido às diferentes normas ambientais em vigor na União Europeia.

"As regras de produção e comercialização na UE são semelhantes em todos os Estados-membros e todos as aplicamos da mesma forma", insistiu Luis Planas.

Já na Bélgica, os agricultores continuaram a bloquear estradas, incluindo a principal autoestrada E19 que conduz a Bruxelas. Os agricultores afirmaram que vão permanecer na rua até que o governo satisfaça as suas exigências, entre elas a redução da burocracia.

Também os agricultores italianos se reuniram, pelo terceiro dia consecutivo, com os seus tratores, numa saída da autoestrada perto de Roma, para protestar em defesa do setor agrícola italiano.

Um grupo de 100 agricultores italianos, com 50 tratores, juntou-se também aos protestos em Orte, a cerca de uma hora da capital. Os agricultores protestaram pacificamente contra as políticas agrícolas da União Euopeia, o aumento dos custos de produção, o aumento dos impostos e a diminuição dos rendimentos, bem como os cortes nos subsídios ao gasóleo agrícola.

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