Seis palestinianos mortos e 83 feridos após disparos israelitas sobre civis que procuravam comida

Ruínas de prédios destruídos por bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza
Ruínas de prédios destruídos por bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza Direitos de autor Captura de vídeo de AP
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Ataque ocorreu horas após Israel ter bombardeado um centro de distribuição de alimentos das Nações Unidas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, matando pelo menos cinco pessoas, entre elas um membro da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).

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Seis palestinianos foram mortos e pelo menos 83 ficaram feridosdepois de as forças israelitas terem disparado sobre um ajuntamento de civis queaguardavam a distribuição de comida junto à rotunda do Kuwait na cidade de Gaza.

É o segundo ataque do género na mesma cidade em duas semanas. No final do mês passado, pelo menos 100 palestinianos morreram e 760 ficaram feridos no oeste da cidade de Gaza, depois de uma multidão que aguardava a distribuição de comida ter fugido de ataques israelitas com tanques e drones.

O ataque junto à rotunda do Kuwait na cidade de Gaza aconteceu horas após Israel ter bombardeado um centro de distribuição de alimentos das Nações Unidas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, matando pelo menos cinco pessoas, incluindo um membro da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).

O diretor da agência escreveu na rede social X que se trata de um dos poucos centros de distribução de comida que ainda restam na Faixa de Gaza, onde já estão registadas dezenas de mortes por subnutrição.

Os Estados Unidos sublinharam que Israel tem de garantir a segurança dos trabalhadores humanitários. Este último ataque israelita a uma instalação da UNRWA em Rafah já foi condenado pelo porta-voz do Secretário-Geral da ONU.

Israel planeia expulsar os palestinianos de Rafah antes da ofensiva prevista

As forças armadas israelitas afirmaram que tencionam transferir cerca de 1,4 milhões de civis palestinianos  de Rafah para "ilhas humanitárias" no centro de Gaza, antes de lançarem uma invasão terrestre.

Na sequência da retirada das tropas israelitas do complexo residencial Hamad, financiado pelo Qatar, em Khan Younis, na quarta-feira, a zona ficou num estado de total devastação.

À medida que a poeira assenta, os residentes do complexo são confrontados com a triste realidade de verem as suas casas reduzidas a escombros.

"Disseram-me que Israel se retirou hoje da cidade. Corri para trazer comida e água para os meus filhos, para os alimentar", disse uma mãe em desespero.

Cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados durante a guerra, mais de metade deles estão concentrados no extremo sul do enclave, ao redor da cidade de Rafah.

Muitos vivem em tendas e escolas que foram transformadas em abrigos. 

Pelo menos 31.200 palestinianos foram mortos e 73.000 ficaram feridos nos ataques israelitas a Gaza desde 7 de outubro.

Israel diz ter matado membro influente do Hamas no Líbano

As Forças de Defesa de Israel publicaram um vídeo na quarta-feira, que dizem ilustrar um ataque de drone contra um veículo em movimento que transportava um oficial do Hamas no Líbano.

De acordo com as forças israelitas, Hadi Mustafa, funcionário do Hamas, foi morto no ataque perto da cidade costeira de Tyro, no sul do Líbano.

Uma outra pessoa terá sido morta na investida.

Israel reforça que Mustafa era um agente "importante" e responsável por ataques contra israelitas e judeus em todo o mundo.

Itália não extraditará palestiniano detido

Em Itália, o Tribunal de Recurso de L'Aquila decidiu não extraditar o palestiniano Anan Kamal Afif Yaeesh, de 37 anos. Se fosse extraditado para Israel, Yaeesh poderia ser "sujeito a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes ou, em qualquer caso, a atos que constituam uma violação dos direitos humanos".

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Para os juízes, as condições de extradição não estão reunidas porque o homem está a ser processado pelo Ministério Público de L'Aquila pelos mesmos factos em que se baseia o pedido de extradição.

Muitos viram a decisão de colocar o homem sob investigação em Itália como uma forma de evitar a sua transferência para uma prisão israelita.

A defesa do homem assentou em relatórios de organizações não-governamentais consideradas fiáveis pela comunidade internacional, como a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch, que descrevem as condições "angustiantes" de detenção dos palestinianos em Israel, a violência física, as más condições de higiene e a falta de cuidados de saúde, condições que se agravaram desde o início do conflito com o Hamas.

Yaeesh foi denunciado por Israel às autoridades italianas e detido em 27 de janeiro.

Em 11 de março, foi validada a prisão preventiva, tendo sido detidas duas outras pessoas, acusadas de colaborar com as Brigadas de Tulkarem na organização de ataques contra colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia.

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