Pela primeira vez antes das eleições europeias, os investigadores dos 27 Estados-membros uniram-se para exigir mais investimento na ciência, tanto em termos de investigação como de educação.
O apelo das 27 academias de ciências da UE aos candidatos vai no sentido de verem a investigação científica como uma fonte de inovação que pode responder a muitos dos desafios económicos e sociais atuais.
"Compreendo que os governos estejam pressionados pelas diferentes emergências, mas temos de ir além das emergências e dizer que precisamos de decidir juntos que temos de investir pelo menos 3% do PIB em investigação e educação. É esse o caminho para poder trabalhar em conjunto e construir uma Europa sólida, que é necessária para um mundo verdadeiramente incerto", referiu Patrizio Bianchi, membro da Accademia Nazionale dei Lincei.
O conjunto da UE tem como meta investir pelo menos 3% do PIB nesta área, mas por agora o valor é de 2,27%.
Assimetria e atraso
Existem grandes diferenças entre os Estados-membros, sendo que a Bélgica já investe 3,43% , mas há seis países que gastam menos de 1%. O mais baixo investimento verifica-se na Roménia, com apenas 0,47%.
A UE também fica aquém nesta área quando comparada com outras potências - a Coreia do Sul (4,93%), os Estados Unidos (3,46%), o Japão (3,34%) e a China (2,41%) estão acima da média comunitária.
O aumento da concorrência entre os países e a existência de fortes desafios científicos e tecnológicos não deixam a UE numa boa posição, segundo a presidente da academia neerlandesa, Marileen Dogterom.
“Provavelmente precisamos da ciência mais do que nunca devido à complexidade dos desafios que enfrentamos. E, claro, a ciência tem sempre a ver com fornecer conhecimento, fornecer cenários“, explicou.
O PPE e a o partido A Esquerda são os únicos que apelam a um aumento do PIB atribuído à investigação e ao desenvolvimento, nos seus manifestos eleitorais, embora muitos outros mencionem a necessidade de aumentar o papel da ciência.