Sheikh Hasina demitiu-se e, segundo a imprensa local, deixou o país esta segunda-feira, num momento em que país está mergulhado num caos profundo. A demissão era uma exigência dos manifestantes que acusavam Hasina de autoritarismo.
A primeira-ministra do Bangladesh Sheikh Hasina demitiu-se e, segundo os meios de comunicação social locais, abandonou o país.
Milhares de pessoas deslocaram-se até às ruas da capital, Daca, para celebrar a sua demissão. A residência ofical de Hasina, em Ganabhaban, foi também invadida por manifestantes.
O Chefe do Estado-Maior do Exército, General Waker-Uz-Zaman, falou à nação e pediu aos cidadãos para manterem a calma e regressarem às suas casas, confiando no exército que está a trabalhar para devolver a paz ao país. "Iremos investigar todos os assassínios ocorridos nas últimas semanas", disse.
Waker-Uz-Zaman esteve já em conversações com partidos da oposição, e irá reunir-se também com o presidente para a formação de um governo provisório.
A demissão ocorreu na sequência de semanas de violência generalizada no país. Pelo menos 91 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas, só no domingo, elevando para 300 o número de mortos durante os protestos.
Como tudo começou?
O que começou por ser um protesto pacífico dos estudantes do Bangladesh, contra um sistema de quotas para empregos públicos, transformou-se numa rebelião popular contra a primeira-ministra Sheikh Hasina, e o seu partido, no poder há 15 anos , a Liga Awami.
Inicialmente, os protestos eram levados a cabo por estudantes que não concordavam com o sistema de quotas, que reservava até 30% dos empregos públicos para familiares dos veteranos de guerra que lutaram pela independência do Bangladesh em 1971.
Contudo, em pouco tempo vários grupos de pessoas, incluindo partidos da oposição, começaram a apoiar os manifestantes e a vir também para a rua.
"Os manifestantes voltaram às ruas no que parecia ser o maior número até agora e aumentaram as suas exigências para incluir a demissão de #SheikhHasina", lê-se.
O Supremo Tribunal acedeu reduzindo a cota para 5%, contudo não fez parar os manifestantes que exigiam agora a demissão da primeira-ministra pelo seu autoritarismo que diziam promover a violência e as centenas de mortes neste último mês de manifestações.