Carles Puigdemont, presidente do partido separatista Junts per Catalunya, evadiu-se da polícia espanhola e está de volta a Waterloo, segundo o seu advogado e as suas próprias palavras.
O líder separatista catalão Carles Puigdemont evadiu-se da polícia espanhola e está de volta a Waterloo (Bruxelas), afirmaram o advogado e o próprio Puigdemont nas redes sociais, na sexta-feira.
"Ele informou-me esta manhã que regressou ao trabalho, o que significa que ou regressou ao seu escritório no sul de França, ou regressou ao seu escritório e residência em Bruxelas, Waterloo", disse o advogado belga de Puigdemont, Simon Bekaert.
Nesse tweet, Puigdemont deixa clara a sua opinião sobre a sua fuga e também que não tem qualquer interesse em entregar-se:
O longo tweet em catalão é também muito crítico em relação ao facto de ter sido montado um dispositivo de "enjaulamento", algo que já foi feito no passado para impedir a fuga de terroristas, bem como em relação aos dirigentes e responsáveis que tomaram a decisão para a referida operação policial.
Puigdemont, antigo presidente catalão e figura de proa do movimento independentista da região, apareceu em Barcelona na quinta-feira, onde fez um discurso, antes de desaparecer. Regressou no dia em que o parlamento catalão devia votar a investidura do socialista Salvador Illa como presidente regional.
Dois agentes foram detidos na quinta-feira, acusados de ajudar Puigdemont na sua fuga.
O ex-presidente da Catalunha não punha os pés em solo espanhol desde 2017, quando as autoridades ordenaram a sua detenção por ter organizado o referendo de independência da região catalã. Esse mandado ainda está ativo.
É acusado de desvio de fundos públicos pelo seu envolvimento na tentativa de separar a Catalunha do resto de Espanha em 2017. Nesse mesmo ano, Puigdemont escapou às autoridades, fugindo de Espanha e encontrando refúgio em Waterloo (Bélgica). Uma fuga que ele replicou depois de aparecer num evento de homenagem à sua pessoa, na passada quinta-feira.
A partir daí, Puigdemont liderou o movimento independentista catalão na cena internacional, tornando-se deputado ao Parlamento Europeu em 2019, lugar que perdeu nas últimas eleições europeias.