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Queda de Avião: polícia científica identifica corpos das vítimas com a ajuda dos familiares

Familiares das vítimas da queda de avião chegam ao Instituto de Medicina Legal
Familiares das vítimas da queda de avião chegam ao Instituto de Medicina Legal Direitos de autor AP Photo
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De  Manuel Ribeiro AP
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O trágico acidente de avião que matou 62 pessoas no Brasil ainda está a ser investigado. As famílias estão a proceder ao reconhecimento dos corpos dos seus familiares.

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Todos os corpos das 62 vítimas do avião que caiu em Vinhedo na sexta-feira, no interior do Estado de São Paulo, foram retirados do local do acidente, informou o Corpo de Bombeiros. Havia 34 corpos masculinos e 28 femininos nos destroços do avião, acrescentou o governo.

Dos corpos recuperados, cinquenta estão no Instituto Médico Legal (IML) para serem identificados. Os familiares das vítimas começaram a chegar a São Paulo no domingo onde vão ajudar os peritos forenses a identificar os restos mortais das 62 pessoas mortas no acidente. Muitos chegaram a pé, outros vieram em minivans. Nenhum deles falou com os jornalistas e as autoridades restringiram o acesso à entrada principal da morgue e pediram que não filmassem.

As autoridades locais informaram que os corpos do piloto, Danilo Santos Romano, e do seu copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva, foram os primeiros a ser identificados pelos peritos.

O bimotor turboélice ATR 72, operado pela companhia aérea brasileira Voepass, dirigia-se para o aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, com 58 passageiros e quatro tripulantes, quando caiu na sexta-feira em Vinhedo, 78 quilómetros a norte da metrópole.

Mapa de localização com os locais de partida, destino e queda de um avião comercial brasileiro que se despenhou na sexta-feira
Mapa de localização com os locais de partida, destino e queda de um avião comercial brasileiro que se despenhou na sexta-feiraDario Lopez-Mills/AP

A Voepass informou que três passageiros com identificação brasileira também tinham documentos venezuelanos e portugueses.

A cidadã portuguesa trata-se de Gracinda Marina Castelo da Silva, de 48 anos e com dupla nacionalidade. Gracinda era professora universitária e viajava na companhia de Nélvio José Hubner, Procurador Municipal com quem estava casada há 25 anos. O casal tinha três filhos que ficaram orfãos.

Pelo menos oito médicos estavam a bordo, informou o governador do Paraná. Também foi confirmada a morte de quatro professores da Unioeste, no oeste do Paraná. Liz Ibba dos Santos, de três anos, que viajava com o pai, era a única criança que constava na lista de passageiros. Os restos mortais de Luna, uma cadela que viajava com uma família venezuelana, foram também encontrados nos destroços.

Formação de gelo na região à hora do voo

A Metsul, uma das mais respeitadas empresas de meteorologia do Brasil, informou na sexta-feira que havia relatos de formação de gelo severo no estado de São Paulo no momento do acidente.

Lito Sousa, especialista brasileiro em aviação, advertiu que as condições meteorológicas, por si só, podem não ser suficientes para explicar porque é que o avião da Voepass caiu da forma que caiu na sexta-feira.

"Analisar um acidente aéreo apenas com imagens pode levar a conclusões erradas sobre as causas", disse Sousa à The Associated Press por telefone.

"Mas podemos ver um avião com perda de sustentação, sem velocidade horizontal. Neste estado de rotação plana, não há forma de recuperar o controlo do avião."

Caixas negras foram encontradas e enviadas para análise

A Força Aérea Brasileira disse no sábado que ambos os gravadores de voo (caixas negras) do avião foram enviados para o seu laboratório de análise na capital, Brasília.

Os resultados das investigações deverão ser publicados dentro de 30 dias, informou.

Marcelo Moura, diretor de operações da Voepass, disse aos repórteres na noite de sexta-feira que, embora houvesse previsão de gelo, estava dentro dos níveis aceitáveis para a aeronave.

Num comunicado anterior, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos da Força Aérea Brasileira disse que os pilotos do avião não pediram ajuda ou disseram que estavam operando sob condições climáticas adversas.

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Este foi o acidente de aviação mais mortífero do mundo desde janeiro de 2023, quando 72 pessoas morreram num avião da Yeti Airlines, no Nepal, que se imobilizou e se despenhou durante a aproximação à aterragem.

Esse avião também era um ATR 72 e o relatório final atribuiu a culpa a um erro do piloto.

O ATR 72, que é construído por uma joint venture da Airbus na França e da italiana Leonardo SpA. é geralmente usado em voos mais curtos. Os acidentes com vários modelos do ATR 72 causaram 470 mortes desde a década de 1990, de acordo com uma base de dados da Aviation Safety Network.

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