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Receio de guerra civil no Líbano aumenta após intensificação dos combates entre Israel e o Hezbollah

Receio de guerra civil no Líbano aumenta após intensificação dos combates entre Israel e o Hezbollah
Receio de guerra civil no Líbano aumenta após intensificação dos combates entre Israel e o Hezbollah Direitos de autor Bilal Hussein/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Bilal Hussein/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De  Euronews
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Em entrevista à Euronews, o analista de política externa Adnan Nasser disse que o Hezbollah está envolvido numa "guerra limitada" com Israel desde os ataques de 7 de outubro.

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A intensificação dos combates entre Israel e o Hezbollah, nos últimos dias, tem aumentado o receio do ressurgimento de uma guerra civil no Líbano. 

As autoridades israelitas disseram, no entanto, que não pretendem entrar em guerra com o Hezbollah e que estão a encorajar o grupo a parar com os ataques. Também o Hezbollah afirmou que não quer mais uma guerra, mas que está preparado para o caso de acontecer, tendo-se recusado a cessar os seus ataques enquanto não houver um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.  

O analista de política externa Adnan Nasser disse à Euronews que o Hezbollah estava envolvido numa “guerra limitada” com Israel desde os ataques de 7 de outubro, que desencadearam a guerra entre Israel e o Hamas. 

No entanto, os recentes combates violam as “regras de empenho” que anteriormente caraterizavam as tensões entre Israel e o Hezbollah, afirmou Nasser. “A guerra inclui várias frentes. É uma questão de escala e de grau. Será que queremos que todas as outras frentes, o Líbano e o Iémen, corram o risco de se assemelharem a Gaza, depois de quase um ano a serem bombardeadas pelo exército israelita?", questionou.

Apesar dos ataques israelitas terem feito centenas de vítimas mortais, Andreas Krieg, analista militar do King's College de Londres, indicou que o termo "guerra em grande escala" ainda não se aplicou.

Como poderá ser uma guerra em grande escala?

Até agora, os especialistas concordavam que qualquer possível guerra entre Israel e o Hezbollah seria semelhante à de 2006, mas com ainda mais estragos.

O Hezbollah passou anos a expandir e a melhorar o seu equipamento militar, estimando-se que possua cerca de 150.000 foguetes e mísseis capazes de atingir todas as partes de Israel. 

A acumulação militar e as ameaças criaram uma situação de dissuasão mútua que manteve a fronteira livre de conflitos desde 2006 até outubro do ano passado. Durante a maior parte de 2023, a região preparou-se para o pior, mas ambas as partes mostraram contenção e a conversa sobre uma “guerra total” tem sido hipotética. 

No entanto, as crescentes tensões ameaçam alterar esta situação. “Subimos um degrau, mas ainda não chegámos ao último andar”, disse Uzi Rabi, diretor do Centro Moshe Dayan de Estudos do Médio Oriente e África da Universidade de Telavive, acrescentando que “No final, não me parece que haja alternativa a uma operação terrestre”. 

Invasão terrestre é sinónimo de guerra?

Qualquer decisão israelita de enviar tanques e tropas para o sul do Líbano marcaria uma escalada importante e levaria muitos analistas a classificar o conflito como uma guerra. Mas as duas coisas nem sempre andam necessariamente de mãos dadas. 

Israel declarou oficialmente guerra em Gaza quase três semanas antes de enviar quaisquer tropas terrestres para a região. As forças terrestres israelitas operam na Cisjordânia ocupada há décadas e, nos últimos meses, têm lançado regularmente ataques aéreos contra militantes, sem que ninguém sugira que se trata de uma guerra. 

Na mesma linha, a Rússia enviou as suas forças para a Crimeia e anexou-a ilegalmente em 2014, ao mesmo tempo que apoiava uma rebelião separatista no leste da Ucrânia. Mas só quando Moscovo lançou uma invasão em grande escala no país, oito anos mais tarde, é que esta passou a ser vista internacionalmente como uma guerra total. 

De facto, Israel e o Líbano já se encontram oficialmente em estado de guerra, desde 1948. O conflito entre os dois países remonta à criação do Estado de Israel, quando o Líbano e outros países árabes rejeitaram a divisão da Palestina proposta pela ONU.

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