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Manifestação nacional na Bélgica contra a viragem à direita do novo governo

Manifestação nacional em defesa dos serviços públicos, a 13 de fevereiro de 2025, em Bruxelas.
Manifestação nacional em defesa dos serviços públicos, a 13 de fevereiro de 2025, em Bruxelas. Direitos de autor  Euronews
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De Amandine Hess
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Pelo menos 60.000 pessoas manifestaram-se em Bruxelas contra a política de austeridade do novo governo belga.

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Dez dias após a sua formação, o governo belga já está a enfrentar uma onda de protestos.

Mais de 60.000 pessoas, segundo a polícia, saíram às ruas de Bruxelas esta quinta-feira para se oporem à viragem à direita do novo governo e defenderem os serviços públicos.

Em causa estava uma série de cortes orçamentais anunciados pelo chamado governo de coligação Arizona, liderado pelo independentista flamengo Bart de Wever, que afetam sobretudo as pensões, o desemprego e o financiamento dos hospitais.

"Trata-se de um verdadeiro ataque ao poder de compra dos reformados, porque vão ter de trabalhar mais tempo para receberem uma pensão mais pequena", disse à Euronews Thierry Bodson, presidente da Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB).

"Tem de haver regras que sejam adaptadas ao trabalho e à natureza árdua dos empregos", acrescenta.

Medidas de austeridade

Em 2025, a idade legal de reforma foi aumentada de 65 para 66 anos, e deverá aumentar para 67 anos até 2030. O novo executivo quer ir mais longe, atacando os regimes preferenciais dos militares e dos ferroviários.

Embora pretenda aumentar as despesas militares para 2% do PIB até 2029, o governo planeia aumentar a idade de reforma dos militares de 56 para 67 anos.

"Temos um cálculo especial para as nossas pensões e agora querem tirar-nos isso. Os jovens alistaram-se no exército para servir o exército e servir o país em determinadas condições. E agora, durante o jogo, estão a mudar essas condições", disse David, um soldado, à Euronews.

Embora o subsídio de desemprego seja atualmente ilimitado na Bélgica, o executivo quer limitá-lo a dois anos. A proibição de trabalhar ao domingo poderá ser abolida e o início do trabalho noturno adiado.

Os trabalhadores dos cuidados de saúde receiam que a reforma do financiamento dos hospitais tenha impacto na qualidade.

"As coisas já não estão a correr bem nos lares de idosos. Não estamos a ser substituídos. Há apenas um auxiliar para um andar inteiro", disse Marguerite Ilboudo à Euronews.

"Com os cortes orçamentais, a situação vai piorar. Nem sequer vamos poder cuidar dos nossos idosos. Foi para isso que eles trabalharam, para serem cuidados", acrescenta a auxiliar de 62 anos.

Poupanças orçamentais

O executivo espera poupar 23 mil milhões de euros até 2029 com este aperto orçamental. No entanto, alguns manifestantes denunciam um esforço que é injustamente partilhado entre trabalhadores, empresas e os mais ricos.

"Estamos realmente a caminhar para a precariedade e o empobrecimento da população. O que se pedia era uma tentativa de restabelecer um maior equilíbrio e de afetar também aqueles que ganham um pouco demais, os 'ombros largos', como lhes chamam", lamenta Justine Bolssens, advogada do sector dos serviços públicos.

Os transportes públicos foram gravemente afetados e o espaço aéreo belga foi encerrado devido a uma greve dos controladores aéreos.

Houve confrontos entre a polícia e os manifestantes à margem da marcha, em frente às sedes do Engagés e do MR, dois partidos que fazem parte da coligação governamental.

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