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Indonésia e China prometem cooperação marítima, apesar de tensões no Mar do Sul da China

Navio da Guarda Costeira da Indonésia acompanha um navio da Guarda Costeira chinesa, 25 de outubro de 2024
Navio da Guarda Costeira da Indonésia acompanha um navio da Guarda Costeira chinesa, 25 de outubro de 2024 Direitos de autor  AP Photo/Aaron Favila
Direitos de autor AP Photo/Aaron Favila
De Oman Al Yahyai com AP
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A Indonésia e a China prometem reforçar a cooperação marítima, incluindo esforços conjuntos de segurança no Mar do Sul da China, apesar de tensões contínuas sobre as atividades de Pequim perto das Ilhas Natuna.

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A Indonésia e a China reafirmaram o empenho na cooperação marítima, sobretudo em matéria de segurança e proteção no polémico Mar do Sul da China, apesar de a Indonésia continuar preocupada com a atividade chinesa perto das Ilhas Natuna.

O compromisso foi assumido na sequência de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos dois países, em Pequim, que sublinharam a intenção de promover o desenvolvimento de infraestruturas, a extração de minérios e a segurança marítima. Esta última é considerada particularmente importante, tendo em conta as preocupações de Jacarta quanto à assertividade marítima de Pequim.

No mês passado, diplomatas de França e da Indonésia concordaram em lançar uma nova iniciativa de segurança marítima com o objetivo de promover "a paz e a segurança" nas águas do Indo-Pacífico, num contexto de aumento da cooperação militar entre os dois países.

"Vamos reforçar a cooperação em matéria de aplicação da lei e de segurança", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ao lado do homólogo indonésio.

A Agência de Segurança Marítima da Indonésia monitoriza um navio da guarda costeira chinesa no Mar de Natuna do Norte, 23 de outubro de 2024
A Agência de Segurança Marítima da Indonésia monitoriza um navio da guarda costeira chinesa no Mar de Natuna do Norte, 23 de outubro de 2024 AP Photo

"Concordámos que a salvaguarda da paz e da estabilidade no Mar do Sul da China está em consonância com os interesses de todas as partes e que vamos dar o exemplo em matéria de cooperação marítima", acrescentou.

Embora nenhuma das partes tenha mencionado explicitamente as Ilhas Natuna, esta área continua a ser sensível - faz parte da zona económica exclusiva da Indonésia e sobrepõe-se à reivindicação chinesa - e um ponto de inflamação.

A Indonésia não está envolvida nas disputas territoriais mais alargadas que envolvem seis outros países, mas as suas águas têm sido regularmente invadidas por barcos de pesca chineses, muitas vezes escoltados por navios da guarda costeira chinesa.

Em resposta, a Indonésia intensificou as patrulhas marítimas e reforçou a presença militar na região. Este memorando de entendimento assinado entre as guardas costeiras das duas nações tem por objetivo formalizar a colaboração em matéria de segurança marítima.

A reivindicação mais a sul da China situa-se a 370 quilómetros náuticos da zona económica da Indonésia, dando origem a repetidos confrontos. A Indonésia apreendeu navios chineses que operavam nas suas águas, enquanto responsáveis locais continuam a desconfiar dos planos de Pequim para fazer projetos de desenvolvimento conjuntos à volta de Natuna.

Apesar das tensões existentes, os laços económicos entre as duas nações continuam a reforçar-se. A China tornou-se o maior parceiro comercial e investidor da Indonésia, financiando projectos importantes como o caminho de ferro de alta velocidade Jacarta-Bandung e a central solar flutuante de Cirata, em Java Ocidental.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Sugiono, fez eco das observações do homólogo chinês, afirmando: "Concordámos igualmente em manter-nos unidos contra o terrorismo, o extremismo violento e as ameaças cibernéticas. Partilhamos a preocupação com a ameaça do crime transnacional na região, que visa cada vez mais os nossos cidadãos".

O ministro da Defesa da China, Dong Jun, acrescentou que as duas partes concordaram em aumentar a comunicação e realizar exercícios conjuntos de combate ao terrorismo ainda este ano.

A Indonésia também acolheu favoravelmente os investimentos chineses em infraestruturas no âmbito da iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota" de Pequim, apesar das disputas sobre os custos e os prazos.

A China tem lidado com os conflitos no Mar do Sul da China abordando as reivindicações de forma individual para evitar uma oposição unida, ao mesmo tempo que reverteu compromissos anteriores, como a sua promessa de não militarizar as ilhas artificiais que controla.

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