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Primeiro-ministro francês chocado com a revelação de abuso da filha numa escola

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, depois de uma reunião do Conselho de Ministros, em Paris, 19 de março de 2025.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, depois de uma reunião do Conselho de Ministros, em Paris, 19 de março de 2025. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Rory Sullivan
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François Bayrou nega ter tido conhecimento das alegações de abusos na escola Notre-Dame de Bétharram quando foi ministro da educação na década de 1990.

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A filha do primeiro-ministro francês, François Bayrou, diz ter sido vítima de abusos físicos quando era criança numa escola católica que está no centro de uma tempestade política.

A imprensa francesa noticiou que Bayrou ficou em choque ao saber que a filha mais velha, Hélène Perlant, de 53 anos, estava entre as alegadas vítimas da escola Notre-Dame de Bétharram, situada perto da cidade natal da família, no sudoeste de França.

Centenas de antigos alunos apresentaram queixas o ano passado a alegar que tinham sido vítimas de abusos físicos e sexuais por parte do pessoal da instituição, entre 1957 e 2004.

Bayrou foi acusado de ter conhecimento das alegações de abuso na escola, mas de não ter atuado durante o período em que foi ministro da educação, nos anos 90. Algo que ele nega veementemente.

Numa entrevista publicada esta semana na Paris Match, a filha do primeiro-ministro disse que foi alvo de um dos padres da escola num campo de férias nos Pirinéus.

Perlant, que tinha 14 anos na altura do ataque, disse que o grupo estava a arrumar os sacos-cama quando o padre "de repente agarrou-me pelos cabelos, arrastou-me pelo chão durante vários metros e deu-me murros e pontapés por todo o corpo, especialmente no estômago".

O incidente deixou-a "coberta de nódoas negras" e com "zumbidos graves".

A filha de Bayrou fez esta revelação antes da publicação, esta quinta-feira, de O Silêncio de Bétharram, um livro da autoria de Alain Esquerre, também ele vítima, que contém testemunhos de Perlant e de outras pessoas.

"Mantive-me em silêncio durante 30 anos", disse Perlant à Paris Match. "Talvez quisesse inconscientemente, penso eu, proteger o meu pai dos golpes políticos que sofria a nível local."

Perlant disse que a escola "estava organizada como uma seita ou um regime totalitário, exercendo pressão psicológica sobre os alunos e professores para que se mantivessem calados".

A mulher de 53 anos insiste que o pai não sabia o que se passava na escola.

"Obviamente, poder-se-ia pensar que ele tinha toda a informação", disse. "Mas eu coloco-o ao mesmo nível de todos os pais. Quanto mais envolvido se está, menos se vê e menos se compreende."

Bayrou, que se tornou primeiro-ministro em dezembro, disse em fevereiro que ia tomar medidas legais contra o jornal Mediapart devido a alegações de que devia saber dos abusos na escola durante a década de 1990.

"Nunca fui informado desta violência sexual", afirmou à Assembleia Nacional.

O primeiro-ministro francês deverá testemunhar no Parlamento a 14 de maio, no âmbito de um inquérito sobre a violência nas escolas.

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