Embora Israel possua um arsenal avançado de sistemas de defesa aérea, o confronto com o Irão revelou lacunas inegáveis.
No contexto da escalada militar em curso entre Israel e o Irão, a Marinha israelita entrou na linha de confronto, utilizando pela primeira vez um sistema avançado de defesa aérea. Na segunda-feira, o exército israelita anunciou a ativação do sistema Barak Magen e de um míssil LRAD de longo alcance para intercetar drones provenientes do Irão.
O porta-voz do exército israelita, Avichai Adrai, explicou que “a frota de navios de guerra conseguiu, durante a noite, abater oito drones lançados a partir do Irão, elevando para 25 o número total de drones intercetados por navios de guerra desde o início da operação, que constituíam uma ameaça direta à segurança dos cidadãos”.
Sistema Barak Magen: um sistema naval avançado
O Barak Magen é um dos mais avançados sistemas de defesa aérea desenvolvidos pela Força Aérea Israelita. O sistema é capaz de detetar e identificar uma vasta gama de ameaças aéreas, graças a um radar multimissão que permite um seguimento preciso e a classificação dos alvos. Baseia-se no míssil de longo alcance LRAD, que foi especificamente concebido para intercetar mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e drones em condições de campo complexas.
O Ministério da Defesa israelita considera que a entrada em serviço deste sistema contribuirá para reforçar a capacidade da marinha para controlar o domínio marítimo e defender os interesses de Israel no mar, especialmente tendo em conta os ataques multidireccionais a que o país está exposto.
Lacunas nas defesas apesar do arsenal
Apesar do avançado arsenal de sistemas de defesa aérea de Israel, o confronto com o Irão revelou lacunas inegáveis. Os mísseis iranianos já caíram sobre alvos vitais em cidades como Telavive e Haifa, demonstrando a capacidade limitada dos sistemas para repelir ataques intensos e variados.
Os especialistas em defesa concordam que nenhum sistema no mundo é capaz de conseguir uma interceção a 100%, especialmente quando os ataques são coordenados e incluem dezenas de mísseis em simultâneo. O sistema entra, então, no que é conhecido como "modo de saturação", onde se depara com escolhas difíceis na definição de prioridades e na distribuição dos intercetores pelos alvos.
Mísseis hipersónicos: o maior desafio
Uma das ameaças mais sérias que Israel enfrenta atualmente é a entrada de mísseis hipersónicos na arena de conflito. Estes mísseis são capazes de atingir velocidades cinco vezes superiores à velocidade do som e realizam manobras bruscas e complexas em voo, tornando-os quase impossíveis de intercetar com sistemas convencionais.
Ao entrar na atmosfera, estes mísseis produzem “ionização”, uma libertação de cargas que interferem com a deteção por radar, confundindo os sistemas de interceção e reduzindo a sua precisão. Embora sistemas como o THAAD e o Arrow 3 tenham sido bem-sucedidos em testes, a experiência no terreno mostrou que lidar com ondas sincronizadas deste tipo está para além das suas capacidades.