A Mossad saudou a operação militar contra o Irão como "histórica", sublinhando que neutralizou uma ameaça que durava há décadas, e agradeceu o apoio dos serviços secretos americanos.
O chefe da Mossad, David Barnea, descreveu a operação contra o Irão como "histórica", declarando que "a ameaça iraniana, que ameaçou a segurança de Israel durante décadas, foi significativamente neutralizada", graças à campanha aérea de doze dias.
Numa rara declaração pública, a Mossad afirmou na quarta-feira que a operação foi um momento decisivo na história da segurança nacional de Israel. Num vídeo que acompanha a declaração, Barnea disse: "Estes são dias históricos para o povo de Israel. Hoje somos um Estado mais seguro, mais corajoso e mais preparado, graças a este aparelho de segurança integrado", afirmou num vídeo que acompanha a declaração.
"Os objetivos que ainda ontem pareciam fantasiosos são agora uma realidade. Conhecemos muito bem todos os projetos iranianos e continuaremos a acompanhá-los de perto, como sempre fizemos", acrescentou.
O líder da Mossad agradeceu ainda à Agência Central de Informações dos EUA (CIA) pela "cooperação que contribuiu para o êxito da operação", numa rara referência às relações entre os serviços secretos das duas partes.
A CIA emitiu uma declaração atribuída ao seu diretor, John Ratcliffe, confirmando que "informações credíveis mostram que o programa nuclear do Irão foi gravemente danificado pelos recentes ataques de precisão".
"Várias instalações nucleares importantes foram completamente destruídas e levarão anos a ser reconstruídas", refere o comunicado.
O chefe do Estado-Maior do exército israelita, Eyal Zamir, declarou que "a operação foi bem sucedida em todos os aspetos", revelando pela primeira vez que os comandos israelitas operaram dentro do Irão durante a guerra.
Eyal Zamir acrescentou que os ataques "infligiram danos generalizados, profundos e sistemáticos ao programa nuclear do Irão, fazendo-o recuar anos". Sublinhou ainda que Israel não permitirá que o Irão adquira armas de destruição maciça.
Num sinal da sua atividade contínua dirigida ao interior do Irão, a Mossad ofereceu-se para prestar assistência médica aos cidadãos iranianos afetados pelo recente conflito, acusando o regime iraniano de negligenciar os seus cidadãos e convidando-os a comunicar com a agência através do WhatsApp, Telegram e Signal.
"O cessar-fogo foi implementado e agora as dimensões da devastação estão a começar a revelar-se. Neste momento, o regime iraniano está ocupado a reforçar o seu setor de ensino superior e não a cuidar dos seus cidadãos", lia-se na publicação da Mossad.
A Mossad está a oferecer uma série de serviços, desde o acesso a médicos especializados até aos primeiros socorros básicos, para ajudar as pessoas afetadas pela recente guerra. No entanto, a declaração não esclarece como é que estes serviços serão prestados na prática.