Um veículo militar cipriota turco obstruiu a passagem de agricultores cipriotas gregos, gerando tensão na zona neutra do Chipre.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros Cipriota está em contacto com as autoridades comunitárias e está a fazer as diligências necessárias junto da Força de Manutenção da Paz das Nações Unidas para restabelecer o acesso dos agricultores às suas terras e impedir qualquer violação do estatuto da Zona Morta, em conformidade com os termos do mandato da UNFICYP e com as resoluções do Conselho de Segurança, disse o porta-voz do Governo, Constantinos Letibiotis, à Agência de Notícias Cipriota.
Questionado sobre o novo incidente em Deneia, Letybiotis disse que a situação está a ser acompanhada de perto e com a devida seriedade, observando que o exército turco, "com ações inaceitáveis, está a desafiar o estatuto da Zona Morta e está novamente a tentar criar um facto consumado dentro dela, em violação do direito internacional e das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU".
"A República de Chipre continuará a atuar com sobriedade, determinação e total adesão ao direito internacional", concluiu o porta-voz.
A crónica da tensão
A tensão surgiu no sábado de manhã, na zona de Deneia, em resposta a uma nova provocação das "autoridades" turco-cipriotas.
O incidente foi desencadeado quando um agricultor cipriota grego se dirigiu à zona morta para cultivar as suas terras e um veículo militar turco entrou na zona para o impedir.
As Nações Unidas acorreram ao local para acalmar a situação. Tanto o agricultor como os soldados turcos abandonaram o local. Note-se que um incidente semelhante ocorreu há quatro dias e que, após a intervenção, o agricultor deveria ter-se deslocado ao local hoje.
O Ministério da Defesa tem conhecimento do incidente e está a acompanhar de perto a evolução da situação.
Desde que foi informado pela primeira vez, o Ministério da Defesa da República do Chipre tem estado em contacto com as autoridades comunitárias e está a realizar as diligências necessárias junto da Força de Paz das Nações Unidas para restabelecer o acesso dos agricultores às suas terras.
Numa comunicação entre a RIK e as Nações Unidas, estas confirmaram o incidente e registaram que a situação, neste momento, permanece calma. A RIK afirmou que a prevenção de tensões continua a ser a sua principal prioridade.