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Maduro pediu amnistia a Trump em troca da sua saída da Venezuela: assim foi a chamada entre os dois

Maduro e a primeira-dama Cilia Flores acendem as lanternas dos seus telemóveis depois de votarem nas eleições presidenciais de 2024 em Caracas, Venezuela.
Maduro e a primeira-dama Cilia Flores acendem as lanternas dos seus telemóveis depois de votarem nas eleições presidenciais de 2024 em Caracas, Venezuela. Direitos de autor  Fernando Vergara/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Fernando Vergara/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Maria Muñoz Morillo
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Nicolás Maduro afirmou estar disposto a abandonar a Venezuela "desde que ele e os seus familiares tivessem uma amnistia legal total". A chamada, que ocorreu no final de novembro, não durou mais de 15 minutos, durante os quais Trump rejeitou todos os pedidos do líder chavista.

Donald Trump e Nicolás Maduro mantiveram uma conversa telefónica há alguns dias, segundo noticiou a imprensa norte-americana após uma informação publicada pela agência Reuters. O próprio presidente confirmou a conversa no passado fim de semana, dizendo: "Não posso dizer se foi uma boa ou má conversa, foi apenas uma conversa." O telefonema, que ocorreu a 21 de novembro, foi revelado pelo "New York Times" no dia 28 de novembro.

A agência cita ainda o "Miami Herald", que conta com o testemunho de uma pessoa que esteve presente na chamada e que também publicou detalhes da conversa entre os dois dirigentes. O jornal afirmou, numa reportagem, que o objetivo da chamada passava por dizer a Maduro que ele teria uma tábua de salvação se deixasse o poder sem resistência. A condição imprescindível era sair do país. "Ser-lhe-ia garantido um salvo-conduto, a ele, à sua esposa Cilia Flores e ao seu filho, apenas se ele aceitasse renunciar imediatamente", explicou o jornal.

"O telefonema, considerado um último recurso para evitar um confronto direto, ficou estagnado por três questões. Primeiro, Maduro pediu uma amnistia geral por qualquer crime que ele e o seu grupo tivessem cometido, e foi rejeitada. Em segundo lugar, pediram para manter o controlo das forças armadas, à semelhança do que aconteceu na Nicarágua em 1991 com Violeta Chamorro. Em troca, permitiriam a realização de eleições livres. "O terceiro ponto de discórdia foi o calendário: Washington insistiu que Maduro se demitisse imediatamente e Caracas recusou", explica, na mesma linha, a Reuters.

Maduro beija uma bandeira venezuelana durante uma cerimónia de tomada de posse de comités comunitários organizados pelo governo em Caracas, 1 de dezembro de 2025
Maduro beija uma bandeira venezuelana durante uma cerimónia de tomada de posse de comités comunitários organizados pelo governo em Caracas, 1 de dezembro de 2025 Ariana Cubillos/AP

De acordo com a Reuters, a conversa não durou mais do que 15 minutos e, nela, o presidente norte-americano fez um ultimato a Maduro para que ele abandonasse o poder na Venezuela. Com tudo isso, a agência sugere que o tempo do presidente chavista está chegando ao fim e, além disso, qualifica que Trump não cedeu a nenhum dos pedidos de Nicolás Maduro.

"Maduro disse a Trump, durante a chamada, que estava disposto a deixar a Venezuela desde que ele e os membros da sua família recebessem uma amnistia legal completa, incluindo a eliminação de todas as sanções dos EUA e o fim de um caso emblemático que enfrenta no Tribunal Penal Internacional", explica a agência. Além disso, o presidente venezuelano terá pedido "o levantamento das sanções contra mais de 100 funcionários do governo venezuelano, muitos deles acusados pelos Estados Unidos de violações dos direitos humanos, tráfico de droga ou corrupção".

Na chamada, o presidente venezuelano terá ainda recusado que o governo fosse imediatamente entregue ao executivo eleito do opositor Edmundo González. De acordo com a Reuters, o líder venezuelano sugeriu que "a vice-presidente Delcy Rodríguezdeveria liderar um governo interino antes das novas eleições".

De acordo com a agência, o regime de Maduro solicitou um novo telefonema com Trump. Uma fonte próxima às discussões afirmou que não foi descartada a possibilidade de uma saída negociada do presidente chavista, mas observou que "existem desacordos significativos e detalhes importantes por resolver".

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