O brasileiro foi detido em Tóquio a 19 de novembro
Carlos Ghosn, o homem que foi considerado uma estrela do setor automóvel diz-se vítima de um "complô" e de "traição" que levaram à sua prisão.
Numa entrevista ao jornal "Nikkei", a partir do centro de detenção de Tóquio onde o ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi aguarda julgamento, fez as declarações polémicas. E apontou culpados. Revelou que os executivos da Nissan, que se opunham a uma maior integração com a Renault, orquestraram tudo.
Alega que discutiu os planos com Hiroto Saikawa, presidente-executivo da Nissan para integrar as empresas e que este se opôs ao envolvimento do presidente da Mitsubishi Motors nas negociações. Tudo aconteceu, diz Ghosn, em setembro, dois meses antes de ser preso.
Detido a 19 de novembro, é acusado de ocultar alegadas compensações económicas milionárias acordadas com a Nissan e de se servir da empresa para cobrir perdas financeiras pessoais.
A estação de televisão NHK noticiou, entretanto, que Hiroto Saikawa conta falar com o novo presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, à margem de um encontro da aliança na Holanda.