Nesta edição, destacamos a iniciativa europeia ALMA, que oferece experiência profissional e pessoal no estrangeiro a jovens desfavorecidos com menos de 30 anos.
Cerca de 11% dos jovens europeus entre os 15 e os 29 anos não trabalham, não estudam nem estão em formação. Um grupo designado pela sigla inglesa NEET - “Not in Employment, Education or Training.
Será que uma experiência de trabalho no estrangeiro pode ajudar esses jovens ?
A Alemanha é um dos 15 países que aceitaram o desafio. Estivemos em Recklinghausen para seguir o percurso de duas jovens que seguiram o programa ALMA.
Programa oferece "novas perspetivas"
Depois de concluir o ensino secundário, Hatice Fahel, fez uma pausa para pensar no seu futuro. Passou dois meses em Vercelli, em Itália, graças à iniciativa europeia ALMA, que oferece experiência profissional e pessoal no estrangeiro a jovens desfavorecidos com menos de 30 anos.
"Conheci muitos novos amigos italianos e aprendi uma nova língua. Também gostei de trabalhar num hotel na Grécia e aprendi muitas coisas no meu trabalho. Agora sinto-me mais livre, mais confiante. Abri os olhos e adquiri novas perspetivas", contou Hatice Fahel.
Esta imersão profissional e cultural, apoiada por mentores, permitiu-lhe clarificar as suas aspirações profissionais.
"A minha carreira de sonho é tornar-me médica um dia. Para estudar medicina é preciso fazer exames. Por isso,ainda tenho de esclarecer certas coisas antes de começar a minha carreira", contou Hatice Fahel.
Favorecer a autonomia dos jovens
O objetivo da iniciativa é favorecer a autonomia e a confiança dos jovens.
"Estamos a tentar capacitá-los, motivá-los a alcançar o que nem sequer sabem que podem alcançar. Pela primeira vez, eles têm a possibilidade de se desenrascarem sozinhos. Organizam o seu próprio horário, o seu próprio dinheiro, os seus orçamentos, tornando-se assim mais independentes e acreditando em si próprios", disse Andreea Moraru, Gestora de Projetos da ONG RE-INIT.
"Ajudamo-las a procurar emprego, a trabalhar nas suas apresentações e elas podem ver os resultados. No último grupo, mais de 50% encontraram trabalho, uma escola ou uma formação", frisou Andreea Moraru.
A euronews falou com uma jovem alemã que esteve na Grécia há dois anos graças ao programa ALMA.
"Aprendi muito e houve muitas primeiras vezes para mim. Fui à praia, conheci pessoas novas e uma cultura completamente nova", disse Jasmin Nsimba Kanza.
Devido a problemas familiares, Jasmin Nsimba Kanza sentiu-se um pouco perdida quando terminou o ensino secundário. Ao trabalhar na Grécia, num hotel-restaurante, sentiu-se apoiada e alargou os horizontes.
"Tornei-me mais aberta e tenho mais coragem para mudar, por isso estou agora pronta para a mudança. Candidatei-me então a uma escola profissional como assistente de design, media e comunicação e fui aceite. Vou começar depois do verão deste ano", disse Jasmin Nsimba Kanza.