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Costa "respeita voto contra" de Meloni e lutará por consensos no Conselho Europeu

Os nomeados para os principais cargos de topo na UE
Os nomeados para os principais cargos de topo na UE Direitos de autor Dati Bendo, EC
Direitos de autor Dati Bendo, EC
De  Isabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
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António Costa viajou para Bruxelas um dia depois de ser eleito presidente do Conselho Europeu e reuniu-se no aeroporto com as nomeadas para os outros dois cargos de topo da UE. O político português promete construir consensos e já está a preparar o seu gabinete, disse à imprensa portuguesa.

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"Compreendo perfeitamente o voto da primeira-ministra italiana, que foi explicado publicamente. Trabalharei em estreita colaboração com Giorgia Meloni, assim como farei com os outros 26 líderes da UE", disse António Costa, em declarações aos jornalistas portugueses, sexta-feira, na sede do Partido dos Socialistas Europeus, em Bruxelas.

A líder italiana, Giorgia Meloni, foi a única que votou contra Costa na cimeira da UE, mas este considerou o voto normal porque o "Conselho Europeu não é uma associação de burocratas, mas de políticos que têm as suas orientações políticas e votam de acordo com elas”, disse.

Sem muita pausa para descansar e escrever um livro, ou para pensar na sua possível candidatura à presidência de Portugal, em 2026, António Costa assumirá um cargo de grande destaque internacional, no dia 1 de dezembro, após renunciar ao cargo de primeiro-ministro no quadro de um escândalo judicial, em pouco mais de um ano, como a fénix renascida das cinzas da mitologia grega.

Bom relacionamento com von der Leyen e Kallas

O encontro casual com as duas nomeadas, no aeroporto, decorreu no mesmo tom de boa cooperação que tem com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, há cinco anos, "especialmente durante a presidência portuguesa, em 2021, durante o pandemia".

“Também tenho um bom relacionamento com a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, e temos a vantagem de aprender com experiências anteriores, para dar continuidade às boas práticas e evitar as más“, acrescentou Costa.

Pela primeira vez, um político do sul da União Europeia assumirá a presidência do Conselho Europeu, instituição que Costa conhece bem por aí ter participado como chefe de governo, durante quase uma década, e onde adquiriu a reputação de bom negociador, mediador e apaixonado pelo projeto da União Europeia, pelo que significou na pacificação do continente europeu e na transição democrática no seu país de origem.

Há um grande esforço que precisa de ser feito e, apesar das diferenças políticas entre os governos e os níveis de desenvolvimento dos países, temos de ser capazes de tomar decisões em conjunto.
António Costa
Presidente eleito do Conselho Europeu

Gabinete em preparação

O presidente eleito disse que já teve uma reunião com o secretariado-geral do Conselho Europeu e que pretende, também, reunir-se com o atual presidente, Charles Michel. Por outro lado, organizará o gabinete tendo em conta a agenda estratégica interna e a agenda internacional, esperando “conversar com os líderes dos 27 países para ver como os métodos de trabalho podem ser melhorados”.

O advogado por formação, que está envolvido na política desde os 14 anos, supervisionará as reuniões dos 27 líderes num momento de grandes desafios em termos de transição do paradigma económico e do posicionamento geopolítico.

“Há um grande esforço que precisa de ser feito e, apesar das diferenças políticas entre os governos e os níveis de desenvolvimento dos países, temos de ser capazes de tomar decisões em conjunto“, disse, não querendo especular sobre os resultados das eleições em França, onde a extrema-direita poderá vencer.

Costa, de 62 anos, é filho de um escritor comunista com raízes em Goa, antiga colónia de Portugal na Índia, e de uma jornalista e defensora dos direitos das mulheres. Visto como pragmático e determinado, o próprio pretende manter essa atitude.

"O presidente do Conselho Europeu deve colocar-se acima das famílias políticas e estar ciente de que os 27 chefes de governo e de Estado têm direitos iguais e merecem igual respeito. Trabalharei e ajudarei a formar consensos por maioria qualificada e, sempre que possível, por consenso, sem qualquer veto", explicou.

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