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Ministro francês das Finanças define objetivo do défice para o novo ano

O recém-nomeado ministro das Finanças francês, Eric Lombard, discursa após a cerimónia de transferência de poderes, em Paris. 23 de dezembro de 2024.
O recém-nomeado ministro das Finanças francês, Eric Lombard, discursa após a cerimónia de transferência de poderes, em Paris. 23 de dezembro de 2024. Direitos de autor  Thomas Padilla/AP
Direitos de autor Thomas Padilla/AP
De Eleanor Butler
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O objetivo permite uma maior flexibilidade do que o objetivo fixado pelo anterior governo, afirmou Éric Lombard.

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O novo governo francês tem como objetivo reduzir o défice nacional para um valor entre 5% e 5,5% do PIB, através do seu orçamento para 2025.

"Temos de mudar a nossa trajetória atual", afirmou o ministro das Finanças, Éric Lombard, à rádio France Inter, esta segunda-feira.

O défice de França em 2024 deverá atingir os 6,1% do PIB, depois de as disputas orçamentais terem levado à queda do anterior governo de Barnier antes do Natal.

Lombard sublinhou, no entanto, a importância de proteger o crescimento, sugerindo que uma redução do défice para um valor abaixo dos 5% seria demasiado rigorosa.

"Estou a pensar nas nossas empresas. São as nossas empresas que criam riqueza, que criam emprego", afirmou.

Nesse sentido, a nova meta visa "um pouco mais de flexibilidade" do que o oferecido pela anterior administração, acrescentou Lombard.

O orçamento visa gerar 50 mil milhões de euros através de aumentos de impostos e cortes nas despesas, menos do que o objetivo de 60 milhões de euros proposto por Barnier.

No entanto, as medidas fiscais exatas a ser contidas no orçamento ainda estão a ser finalizadas.

Lombard vai reunir-se com os líderes políticos, esta semana, para ouvir as suas opiniões sobre os planos orçamentais propostos.

Afirmou que representantes de todos os partidos tinham respondido ao convite que fez para discutir as medidas, com exceção do França Insubmissa (LFI).

O movimento de extrema-esquerda, liderado por Jean-Luc Mélenchon, recusou-se a participar numa reunião antes da declaração política do atual governo e da votação do orçamento pela Assembleia Nacional.

No entanto, Éric Coquerel, do LFI, reunir-se-á com Lombard na quinta-feira, na qualidade de presidente da comissão de Finanças da Assembleia Nacional.

Uma semana de reuniões

Lombard, juntamente com o novo primeiro-ministro, François Bayrou, está a tentar conquistar os atores políticos que se recusaram a aceitar o orçamento apresentado pelo anterior governo.

Mesmo assim, o ministro das Finanças explicou à France Inter que não classificaria estas reuniões como se tratando de negociações, sublinhando que está pronto a contestar as exigências feitas pelos adversários políticos.

"Se negociarmos com toda a gente, acabaremos mais uma vez numa situação em que não há soluções possíveis. Vamos ouvir, vamos ter em conta os pontos, vamos elaborar um plano e vamos apresentá-lo aos partidos. Depois, serão eles a decidir", concluiu.

A moção de censura que derrubou o anterior governo, após uma série de crises políticas, mergulhou o país numa incerteza ainda maior antes do novo ano.

Em meados de dezembro, o Senado francês adotou um projeto de lei de emergência para garantir a manutenção de um nível mínimo de serviços durante um período transitório.

No entanto, o Banco de França alertou para o facto de que depender desta legislação temporária durante demasiado tempo aumentaria consideravelmente o défice de 2025.

O governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, mencionou, em declarações à France 5, que o governo deveria ter como objetivo um défice próximo de 5% em 2025.

Impostos e pensões

O país já foi alvo de medidas disciplinares a nível da UE por excesso de despesa, ultrapassando o limite do défice do bloco de 3% do PIB.

Esta segunda-feira, Lombard afirmou que o seu governo estava empenhado em atingir este objetivo de 3% em 2029.

O ministro das Finanças acrescentou que esperava encontrar pontos de entendimento com o partido socialista, bem como com os partidos comunista e verde, sobre o tema da "justiça fiscal".

Quando questionado sobre a possibilidade de alterar a controversa reforma das pensões em França, que aumentou a idade da reforma para os 64 anos, Lombard disse que nada estava fora de questão.

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