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França/Itália: Bayrou acusa Roma de "dumping fiscal" e governo italiano responde

Primeiro-ministro François Bayrou com o Presidente Emmanuel Macron, à esquerda, no Palácio do Eliseu, em Paris (12 de julho de 2025)
Primeiro-ministro François Bayrou com o Presidente Emmanuel Macron, à esquerda, no Palácio do Eliseu, em Paris (12 de julho de 2025) Direitos de autor  Tom Nicholson, Pool Photo via AP
Direitos de autor Tom Nicholson, Pool Photo via AP
De Gabriele Barbati
Publicado a Últimas notícias
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François Bayrou, numa entrevista aos meios de comunicação social franceses no domingo, acusou Itália de "dumping fiscal". Palazzo Chigi nega a acusação.

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O primeiro-ministro francês, François Bayrou, acusou Itália de aplicar uma política de dumping fiscal, a poucos dias da votação da moção de confiança no seu governo, prevista para 8 de setembro, e depois das acusações feitas contra o presidente Macron pelo vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.

Durante uma conferência de imprensa no domingo, o primeiro-ministro apontou o dedo ao chamado "nomadismo fiscal", sublinhando o crescimento da dívida pública em França e atacando o "dinheiro destinado a agentes económicos estrangeiros".

Como exemplo positivo, Bayrou citou o Japão, onde "a dívida é detida em 99% pelos japoneses", reservando uma acusação pesada para a Itália. As medidas que visam "os mais ricos" podem levar os contribuintes a mudar a sua residência fiscal para onde for mais conveniente, disse o primeiro-ministro: "Neste momento, existe uma espécie de nomadismo fiscal e as pessoas mudam-se para onde é mais conveniente", acrescentou o primeiro-ministro francês.

Itália: afirmações de Bayrou "não têm fundamento"

Numa nota divulgada no domingo à noite, o governo italiano sublinha que a economia italiana é "competitiva e estável, sem políticas injustificadas de favorecimento fiscal para atrair empresas estrangeiras".

A nota recorda que Itália sofre também o impacto dos chamados "paraísos fiscais europeus", que retiram recursos significativos aos cofres públicos.

Por conseguinte, o Palazzo Chigi classificou as declarações de Bayrou como "infundadas" e apelou a França para que colabore a nível europeu contra os Estados-membros que praticam o "dumping fiscal".

Para a primeira-ministra italiano, em particular, o que o homólofo francês disse é "espantoso", escreveu Giorgia Meloni no X.

O ministro dos Negócios Estrangeiros Antonio Tajani, entrevistado pelo diário Il Messaggero, considerou as palavras de Bayrou "espantosas" e fruto de um raciocínio incorreto: "Itália mantém uma solidez política e económica relevante, sem praticar dumping fiscal e sem conspirar contra outros países europeus", explicou o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros.

Tajani, líder do Forza Italia (FI), um dos três principais partidos da maioria, recordou que existem verdadeiros paraísos fiscais na Europa e outras anomalias a corrigir, mas Itália não é um deles.

O líder da FI no Senado, Maurizio Gasparri, exigiu um pedido de desculpas de Bayrou.

"Grandes grupos industriais italianos têm sedes legais ou fiscais na Holanda, no Luxemburgo e no Reino Unido, que já não faz parte da UE. Isto mostra como o europeísmo, muitas vezes apresentado como uma solução, pode tornar-se um problema", declarou ao Adnkronos Marco Osnato, presidente da Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados e deputado do Fratelli d'Italia (FdI).

A Liga, partido de Salvini, também tomou posição, qualificando as palavras de Bayrou como "um ataque grave e inaceitável a Itália, aos seus empresários e trabalhadores". Em nota, o partido lembrou que França está no meio de uma crise política, após a polémica feita nos últimos dias pelo secretário Matteo Salvini.

Bayrou está a realizar uma série de consultas esta semana antes da votação que pode decretar a queda do seu governo, dando continuidade à crise institucional em França iniciada com as europeias e legislativas de há um ano.

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