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Tensões continuam elevadas enquanto China e UE preparam reunião sobre terras raras

Um membro da Comissão Europeia troca documentos com a delegação chinesa numa cerimónia após o 5.º diálogo económico e comercial de alto nível entre a China e a UE, em setembro de 2015.
Um membro da Comissão Europeia troca documentos com a delegação chinesa numa cerimónia após o 5.º diálogo económico e comercial de alto nível entre a China e a UE, em setembro de 2015. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Peggy Corlin
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A reunião de Maros Šefčovič com o seu homólogo chinês foi cancelada. Em vez disso, especialistas da UE e da China discutirão, em Bruxelas, os controlos à exportação de terras raras da China.

Uma reunião planeada entre o comissário europeu do Comércio, Maros Šefčovič, e o seu homólogo chinês foi cancelada na sexta-feira, uma vez que a Comissão Europeia optou por conversações entre peritos para atenuar as tensões em torno dos controlos à exportação de terras raras por parte de Pequim, que os líderes da UE consideram uma forma de coação económica.

A reunião terá lugar em Bruxelas, tanto online como pessoalmente, uma vez que a Comissão tem estado sob pressão, desde quinta-feira à noite, dos 27 Estados-membros, que a exortaram a dar uma resposta forte às práticas comerciais desleais dos parceiros internacionais - e, em particular, da China.

O anúncio surge na sequência do cancelamento de uma viagem do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul, a Pequim, segundo informou na sexta-feira um porta-voz do seu Ministério, sem especificar se foi a China ou a Alemanha que cancelou a viagem.

Pequim é acusada pelos seus homólogos europeus de estar a utilizar como arma as exportações de terras raras, para as quais impôs um regime de licenças kafkiano desde 9 de outubro.

Estes minerais são fundamentais para as indústrias da UE, como os setores automóvel, da defesa, da tecnologia verde e digital.

"Trata-se de coerção económica", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, após uma cimeira europeia, sem recomendar especificamente a utilização do que é considerado uma "opção nuclear" de defesa comercial, o "Instrumento Anti-Coerção".

Em resposta às ameaças comerciais chinesas, os europeus adotaram em 2023 um conjunto de ferramentas para combater a pressão de países terceiros através de medidas como tarifas ou restrições ao acesso a contratos públicos, licenças ou direitos de propriedade intelectual.

Para o acionar, é necessária uma maioria qualificada dos 27 Estados-membros, o que não é garantido, dadas as suas opiniões divergentes.

Pressão dos 27 Estados-membros da UE

"Falámos sobre o instrumento anti-coerção, mas não tomámos qualquer decisão", afirmou o chanceler alemão, Friedrich Merz, após a cimeira.

Nem todos os Estados-membros defendem os mesmos interesses em relação ao gigante asiático, tendo em conta os seus laços económicos com Pequim.

No entanto, sob pressão de França, os 27 líderes concordaram, nas conclusões da cimeira da UE, com a necessidade da Comissão "utilizar eficazmente todos os instrumentos económicos da UE" para dissuadir ou contrariar ameaças externas.

A questão da China continua a ser um problema para a UE e Macron referiu "uma economia chinesa que investe fortemente, seguindo uma lógica de dumping".

O dumping permite à China vender os seus produtos a preços mais baixos no mercado europeu do que no seu mercado interno.

Os europeus, particularmente no setor siderúrgico, estão a enfrentar esse problema ao lidar com o excedente de produção da China.

Perante as tarifas impostas pelos EUA, Pequim também redireciona as suas exportações para o mercado europeu, disse Macron, colocando uma pressão adicional sobre a UE.

"É preciso iniciar investigações para analisar isso, e é necessária uma abordagem muito mais sistemática face à segurança económica", acrescentou o presidente francês.

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