Depois de estrear no Festival de Cinema de Cannes, em Maio passado, o documentário "Maidan", do ucraniano Sergei Loznitsa, continua a ser exibido em festivais e centros culturais um pouco por toda a E
Um filme não é um estudo sociológico. Portanto, prefiro que os espetadores façam o seu próprio julgamento com base no que vêem. Como autor, não devo impor opiniões, nem as minhas nem as de outras pessoas.
Depois de estrear no Festival de Cinema de Cannes, em Maio passado, o documentário “Maidan”, do ucraniano Sergei Loznitsa, continua a ser exibido em festivais e centros culturais um pouco por toda a Europa.
Por ocasião da apresentação em Bruxelas, a correspondente da euronews, Natalia Richardson-Vikulina, falou com o cineasta sobre experiência de filmar a famosa praça – palco da revolução ucraniana de 2013-2014.
A capacidade de mobilização e de sacrifício da sociedade para moldar o seu futuro foi o que mais inspirou o realizador.
“Foi interessante para mim captar o que estava a acontecer na praça. A forma como as pessoas iam chegando, como se deixavam ficar. Foi muito difícil passar lá 90 dias, foi realmente um trabalho árduo”, explicou.
O movimento pró-europeu acabaria por derrubar o presidente pró-russo, Viktor Yanukovych.
A Rússia usou a oportunidade para anexar a Crimeia e é acusada de coordenar os independentistas no leste do país.
O cineasta não tem grandes expetativas quanto ao público russo: “Penso que é pouco provável que tenham visto o filme ou sequer que estejam interessados em vê-lo. Houve uma exibição em Moscovo, durante o festival Artdokfest, e correu muito bem. No entanto, eram salas para apenas 100 ou 200 pessoas”.
Os eventos são contados através de planos fixos, minimalistas, sem recurso a comentários de um narrador ou entrevistas aos manifestantes.
“Um filme não é um estudo sociológico. Portanto, prefiro que os espetadores façam o seu próprio julgamento com base no que vêem. Como autor, não devo impor opiniões, nem as minhas nem as de outras pessoas”, afirmou.
Até ao final de março, a Cinemateca de Bruxelas apresenta outras obras do realizador, que já dirigiu 17 filmes, entre documentários e ficção.