“Eu sou o povo” (“Je suis le peuple”) é um documentário equilibrado e cativante sobre as tensões do período pós-revolucionário no Egito. O filme
“Eu sou o povo” (“Je suis le peuple”) é um documentário equilibrado e cativante sobre as tensões do período pós-revolucionário no Egito. O filme mostra-nos o ponto de vista de um agricultor do Nilo.
A realizadora francesa Anna Roussillon afasta-se da praça Tahir, no Cairo, e instala-se a setecentos quilómetros da capital, numa aldeia perto de Louxor. O espetador é convidado a seguir o ponto de vista da família de Farraj, um agricultor que acompanha os eventos políticos a partir da televisão.
Ao longo do documentário, ouvimos os diálogos entre os protagonistas e a realizadora. Anna Roussillon retrata de forma íntima, justa e fascinante o significado da chamada Primavera Árabe para milhões de egípcios.
O filme mostra-nos a erosão das convicções políticas de Farraj, ao longo do tempo. A amizade com a realizadora é posta à prova quando ele critica a vontade do Ocidente em impor a sua própria noção de democracia.
Anna Roussillon oferece-nos uma visão alternativa e desafiadora sobre um dos maiores eventos políticos do século XXI.