Apesar da mudança forçada, a nova modalidade agrada aos organizadores. Filmes podem ser vistos na plataforma do festival.
As paisagens brancas da estância de esqui francesa de Les Arcs são palco, todos os anos, do Festival de Cinema Europeu.
Um encontro anual que é uma oportunidade de misturar filmes, bom ambiente e desportos de neve. Este ano é diferente, tudo acontece à distância, por via digital, por culpa da pandemia. Mas, mesmo assim, os organizadores acreditam que é um bom desafio: "Viemos para fora de pista. As pistas estão fechadas, então esquiamos fora de pista, o que é interessante porque descobrimos novos locais. Para nós, o fora de pista é o digital, ou seja, há uma centena de filmes aos quais se pode aceder a partir de toda a França, o que é ótimo, porque permite descobrir o festival de uma forma diferente e organizar encontros. Temos encontros gravados com personalidades, mesas-redondas... Tudo isso está acessível no nosso espaço", diz o diretor do festival, Pierre-Emmanuel Fleurantin.
Gravado exatamente nesta estância, Slalom, de Charlène Favier, é um filme que aborda o tema do assédio sexual no desporto de alta competição.
Na plataforma do festival, por um punhado de euros, é possível aceder a cerca de cem longas e curtas-metragens de toda a Europa: "Aquilo que gosto de mostrar neste festival, não só através dos filmes em competição, é a Europa geográfica. A Europa do norte com filmes escandinavos, a Europa do Sul com filmes cipriotas, italianos, portugueses, filmes do leste e também franceses. Estilos diferentes, géneros diferentes... Temos, em competição, um documentário extraordinário chamado Collective, que vai representar a Roménia nos Óscares", diz o diretor artístico Frédéric Boyer.
"Collective" foi também recentemente galardoado com o Prémio de Cinema Europeu para o melhor documentário. O filme mostra como uma tragédia numa discoteca causou a queda do governo na Roménia, graças à ação dos jornalistas.