Este festival anual de duas semanas, que tem lugar na estância de El Gouna, no Mar Vermelho, continua a crescer todos os anos. É uma importante plataforma para o cinema árabe, que atrai também candidaturas de talentos cinematográficos internacionais.
"Acreditamos que este festival é uma janela do cinema árabe para o mundo e é também a porta do cinema internacional para os países árabes", diz o diretor do festival, Intishal Al Timmi.
Havia preocupações em relação ao evento deste ano, com um incêndio na praça principal que deflagrou apenas 24 horas antes da abertura. A população local trabalhou toda a noite no combate às chamas.
Samih Sawiris, fundador do certame, conta: "Nunca estive tão orgulhoso como ao ver aquelas mais de 1600 pessoas ontem não pararam. A maioria delas nem sequer dormiu. Quem vê, dificilmente pode dizer que houve um dos maiores incêndios no Egito nos últimos anos".
O programa do festival consiste em três competições oficiais principais, com prémios num total de mais de 190.000 euros.
O cobiçado Prémio de Ouro para narrativa de longa-metragem foi para "The Blind man who didn’t want to see Titanic", de Teemu Nikki, da Finlândia.
“Feathers”, do Egito, foi premiado como melhor filme narrativo árabe, continuando a série de vitórias para o realizador Omar El Zohairy e para a sua equipa, depois do sucesso na conquista do Grande Prémio da Semana da Crítica de Cannes no início deste ano.
"Estou muito feliz por ganhar um prémio no Egito, o meu querido país, sou um produto deste incrível país, o meu filme é um produto deste grande interesse pelo cinema, por isso sinto-me sempre grato por ter a oportunidade de fazer parte desta herança cinematográfica", diz o realizador.
Outro ponto alto do festival foi "Amira", que se saiu bem no circuito europeu de festivais de Cinema Europeu e teve antestreia mundial em Veneza, este ano. O filme é sobre uma jovem palestiniana que faz uma descoberta chocante que a leva a questionar toda a sua identidade.
Mohamed Diab, realizador de "Amira", diz: "O filme estreou em Veneza e teve uma receção muito calorosa. Mas significa sempre muito, para mim, estrear o filme em casa. É a primeira vez que mostro o meu filme num festival no Egito e foi muito importante, para quem fez o filme, sentir esta bênção das pessoas. Por isso, sinto-me abençoado e estou muito feliz hoje".
"Costa Brava, Líbano", de **Mounia Akl,**é um drama familiar que tem como pano de fundo uma crise climática. Recebeu os Prémios El Gouna Green Star e FIPRESCI.
Myriam Sassine, produtora do filme, conta: "Estamos muito felizes por o filme estar aqui e a presença dele no festival vai ajudá-lo a circular mais e vai ajudar a manter o nome do Líbano - cada vez mais vivo."
Um dos favoritos do público, “Capitães de Za'atari”, ganhou o prémio de melhor documentário árabe. O filme conta a história de dois amigos, refugiados sírios num campo, que partilham o sonho de se tornarem profissionais de futebol: "O prémio não é só para mim, é para toda a equipa e para todos os refugiados do mundo", disse o realizador, Al El Arabi.
Este ano, o Festival de Cinema de El Gouna entregou os mais diversos prémios e ajudou a iluminar, a nível mundial, a indústria cinematográfica árabe.