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Jennifer Lawrence recebe o Prémio Donostia em San Sebastián

Jennifer Lawrence, Prémio Donostia 2025 no Festival de Cinema de San Sebastian.
Jennifer Lawrence, Prémio Donostia 2025 no Festival de Cinema de San Sebastian. Direitos de autor  Invision
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De Rafael Salido
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A atriz norte-americana de 35 anos, recebeu em San Sebastián o Prémio Donostia 2025, em reconhecimento da sua carreira, tornando-se assim a mais jovem artista a recebê-lo. O festival deste ano foi marcado por protestos e discursos de apoio à Palestina.

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A 73ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián viveu um dos seus momentos altos na sexta-feira com a entrega do Prémio Donostia a Jennifer Lawrence. Aos 35 anos, a atriz norte-americana tornou-se na mais jovem artista a receber este reconhecimento pela sua carreira, que já inclui um Óscar, um Globo de Ouro e o apoio do público a uma longa série de filmes que marcaram toda uma geração.

"A nossa liberdade de expressão está a ser atacada nos Estados Unidos"

"É uma grande honra", disse a atriz numa conferência de imprensa antes da cerimónia, onde também refletiu sobre o estado da cultura no seu país: "A nossa liberdade de expressão está a ser atacada nos Estados Unidos, incluindo no mundo do cinema, onde percebemos que estamos todos ligados e precisamos de empatia e liberdade".

Lawrence apresentou no evento o seu último filme, Die My Love, que representa um ponto de viragem na sua carreira e no qual participa como produtora. A atriz encorajou os jovens cineastas e atores a continuarem a lutar pelos seus sonhos: "Aprendam, vão aos castings, continuem a tentar. Mas, acima de tudo, ver filmes é muito importante".

Quando questionada sobre o papel das mulheres em Hollywood, Lawrence referiu que criadoras como Greta Gerwig, uma atriz de renome e realizadora de filmes independentes, "mostraram que quando nos é dada a oportunidade, o mundo beneficia, porque são contadas mais histórias e há mais perspectivas".

Vencedora de um Óscar por Guia para um Final Feliz em 2012, Lawrence protagonizou títulos aclamados como Golpada Americana, Não Olhem Para Cima, Joy e a trilogia The Hunger Games.

Além disso, com a sua produtora Excellent Cadaver promoveu projetos como Causeway, Tudo na boa! e documentários de impacto social como Zurawski v. Texas ou Bread & Roses, que foi distinguido com um Peabody Award.

A atriz junta-se a uma longa lista de personalidades que receberam o Prémio Donostia, como Penélope Cruz, Julia Roberts e Viggo Mortensen. Em San Sebastián, o prémio coincidiu com um festival marcado por gestos políticos, especialmente em relação à guerra em Gaza.

Festival marcado por protestos pró-Palestina

O forte tom político que marca a edição deste ano do Festival de San Sebastian já estava presente na abertura do evento, a 19 de setembro, quando cerca de 2000 pessoas se juntaram à porta do Kursaal para manifestar o seu apoio ao povo palestiniano.

"Libertem a Palestina" foi a palavra de ordem entoada enquanto os convidados desfilavam pela passadeira vermelha. No interior, os apresentadores Silvia Abril, Toni Acosta e Itziar Ituño condenaram o "genocídio perpetrado por Israel na Palestina" e apelaram a uma salva de palmas "para que se ouça até na Palestina".

No mesmo dia, Pedro e Agustín Almodóvar usaram autocolantes com o slogan "Genocídio Stop" e gritaram "Viva a Palestina livre" durante a cerimónia de entrega do prémio Donostia à produtora Esther García. A própria homenageada lembrou que "os filmes são ferramentas para tornar o mundo um lugar mais bonito e mais justo" e apelou à "luta para acabar com o genocídio em Gaza agora".

Os protestos multiplicaram-se ao longo da semana. No dia 21 de setembro, Juliette Binoche apelou em palco ao "fim do massacre na Palestina", enquanto o cineasta iraniano Jafar Panahi denunciou a insensibilidade da política internacional.

Na passada terça-feira, realizadores como José María Goenaga e Aitor Arregi, em competição com Maspalomas, defenderam o embargo a Israel: "É tempo de tomar uma posição clara", disse Goenaga. No dia seguinte, o diretor de "Los Tigres", Alberto Rodríguez, foi categórico: "A continuação do genocídio em Gaza é uma vergonha. Somos todos cúmplices se não agirmos".

Também na quarta-feira, num gesto que fez lembrar o keffiyeh de Javier Bardem nos Emmy Awards, Eduard Fernández subiu ao palco com um lenço palestiniano na cabeça, durante a cerimónia de entrega dos Prémios Nacionais de Cinema. "Alguns dirão 'que chatice', mas não podemos deixar de o dizer para preservar a nossa dignidade", afirmou.

San Sebastián, nesta edição, mostrou que o cinema não só celebra carreiras como a de Jennifer Lawrence, mas também se torna um altifalante de causas comuns, sobretudo no mundo da sétima arte.

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