Os fatores que levaram às cheias mortais na Alemanha e o desafio da reconstrução

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A presidente da câmara de Altenahr defende que a cidade deve tornar-se num exemplo de resiliência.

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As inundações na Alemanha e na Bélgica são vistas como um alerta para a forma como o aquecimento global favorece condições meteorológicas extremas.

O aquecimento global está associado a eventos extremos como chuvas mais intensas e mais frequentes. A euronews esteve em Altenahr, na Alemanha, para ver como é que a cidade está a enfrentar a nova realidade após o desastre. No dia 14 de julho, toda a região da Europa foi atingida por chuvas excepcionalmente fortes que caíram num solo que já estava saturado.

"Aqui ao lado da árvore havia uma casa que se desmoronou completamente com as cheias. Infelizmente, as pessoas que estavam no interior da casa morreram. Pouco a pouco, está a ficar claro o que as cheias nos causaram”, disse à euronews Cornelia Weigand, presidente da câmara de Altenahr.

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Cornelia Weigand, presidente da câmara de Altenahr, cidade alemã atingida por violentas cheiaseuronews

O aumento das temperaturas e as chuvas torrenciais

No dia 14 de julho de 2021, as previsões do tempo apontavam para chuvas fortes e prováveis inundações. No entanto, a água subiu muito mais do que se previa. Nalguns sítios chegou aos dez metros. Há vários fatores implicados no desastre. Depois de uma primavera húmida, a chuva ficou à superfície e arrastou detritos. No entanto, as alterações do clima também desempenham um papel importante. As chuvas intensas são hoje até nove vezes mais prováveis na Europa Ocidental devido ao aquecimento global.

"À medida que o calor aumenta, aumenta a quantidade de água retida pelo ar. Se o ar estiver um grau mais quente do que a média será capaz de reter mais 7 por cento de vapor de água. E mais cedo ou mais tarde, o que está na atmosfera transforma-se em precipitação. Há áreas de baixa pressão que se movem muito lentamente, essas ondas gigantes podem formar-se num curto espaço de tempo, como aconteceu aqui em julho", explicou Tobias Fuchs, diretor do departamento de Clima e Ambiente da DWD.

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Uma ponte partida em Altenahr, Alemanha, após as inundaçõeseuronews

O desafio de construir uma cidade resiliente

Após o desastre um dos desafios é saber como reconstruir a cidade. A presidente da câmara defende que a cidade deve tornar-se num exemplo de resiliência. “Faria sentido sermos uma região modelo e encontrar formas de nos protegermos melhor face às cheias nestes vales. Outra questão: como lidar com os volumes de água e como construir e como criar um modelo de desenvolvimento mais resistente às tempestades", sublinhou Cornelia Weigand.

Os últimos dados do Serviço de alterações Climáticas Copernicus

Vamos observar a região do pólo norte, já que setembro é o mês em que o gelo marinho do Ártico atinge o nível mais baixo após o verão. Há situações diferentes. No Mar da Gronelândia, no mês passado, bateu-se o recorde da quantidade mínima de gelo, mas, a norte do Alasca, o gelo atingiu o maior pico em 15 anos. Em geral, há uma tendência para a diminuição do gelo em toda a região ártica. Em setembro, houve menos 8% de gelo marinho do que a média.

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Anomalia de temperatura em setembro, Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, ECMWF.Euronews

Setembro de 2021: um dos quatro meses de setembro mais quentes de sempre

Setembro de 2021 foi um dos quatro meses de setembro mais quentes de que há registo a nível mundial: 0,4 graus Celsius acima da média do período 1991-2020. Esteve mais quente do que a média em grande parte do Canadá, nos Estados Unidos e na América Latina, onde se vive uma seca prolongada. Também esteve mais quente do que a média na África Ocidental, na Ásia Central e em partes da China. Na Europa houve duas tendências, com uma divisão leste-oeste. O Reino Unido viveu o segundo mês de setembro mais quente de que há registo. Mas, como fez relativamente frio na Europa Oriental, a temperatura do continente como um todo esteve 0,2 graus abaixo da média, no mês passado.

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