Poluição de jatos particulares mais do que duplicou na Europa

Um jato particular que transporta A$AP Rocky deixa o aeroporto de Arlanda, em Estocolmo, a 2 de agosto de 2019
Um jato particular que transporta A$AP Rocky deixa o aeroporto de Arlanda, em Estocolmo, a 2 de agosto de 2019   -  Direitos de autor  Fredrik Persson/AP
De  euronews

Um novo relatório da Greenpeace revela que os jatos particulares emitiram um total de 5,3 milhões de toneladas de CO2 nos últimos três anos, com o número de voos a disparar de quase 119.000 em 2020 para 573.000 em 2022.

As emissões de jatos particulares dispararam na Europa, de acordo com um novo relatório da Greenpeace.

A organização internacional revela que os jatos particulares emitiram um total de 5,3 milhões de toneladas de CO2 nos últimos três anos, com o número de voos a disparar de quase 119.000 em 2020 para 573.000 em 2022.

Esta quantidade de dióxido de carbono é superior ao que o Uganda - um país com cerca de 46 milhões de pessoas - produz num ano.

"Extremamente injusto"

As conclusões do relatório destacam o impacto climático devastador das elites globais, diz a Greenpeace, que pede a proibição dos jatos particulares.

“As pessoas vulneráveis estão na linha da frente da destruição climática e são as que são empurradas para a pobreza pelo aumento dos preços dos combustíveis, mas fizeram o mínimo para causar estas crises”, diz o ativista da Greenpeace, Thomas Gelin.

Os investigadores descobriram que o número de voos em jatos particulares na Europa aumentou 64% no ano passado, com as emissões de CO2 a mais do que duplicarem.

A maioria dos voos de jatos particulares foi feita em França, Reino Unido e Alemanha - as maiores e mais ricas nações da Europa - e em distâncias inferiores a 750 quilómetros.

Quão maus são os jatos particulares para o meio ambiente?

Aviões particulares têm emissões significativamente mais altas do que outros meios de transporte.

Uma viagem média num destes aviões produz CO2 equivalente a conduzir um carro a gasolina de Paris a Roma 16 vezes.

A Greenpeace está a pedir aos governos e à UE que proíbam jatos particulares e voos de curta distância onde já existe uma ligação ferroviária razoável.

Steve Marcus/LAS VEGAS SUN
Brian May, à esquerda, e Roger Taylor, dos Queen à chegada a Las Vegas num jato particular em 2018Steve Marcus/LAS VEGAS SUN

“A poluição causada pelo desperdício de luxo deve ser a primeira a desaparecer. Temos de proibir os jatos particulares”, diz Gelin, ativista da Greenpeace.

Em novembro, a Oxfam descobriu que os multimilionários são responsáveis por um milhão de vezes mais emissões de gases com efeito de estufa do que a média das pessoas.

Isto reforçou os apelos para que os multimilionários assumam mais responsabilidade financeira para enfrentar a emergência climática.

Os jatos particulares devem ser proibidos?

A rota de jatos particulares mais movimentada da Europa no ano passado foi Paris-Londres, com uma média de nove viagens entre essas cidades todos os dias, segundo o relatório da Greenpeace.

Esta rota tem uma ligação direta e regular de comboio que leva pouco menos de duas horas.

O governo francês tem pressionado para que a UE endureça as regras sobre jatos particulares, voos de curta distância e voos muito baratos.

Numa reunião dos ministros dos transportes da UE em dezembro, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Portugal expressaram o seu apoio ao apelo da França.

Reduzir as emissões da aviação faz parte do combate às mudanças climáticas, embora seja necessária uma ação drástica em muitas outras áreas.

O setor é responsável por mais de 2% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

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