Medida foi prolongada, depois de ter entrado em vigor no passado domingo.
O Governo português decidiu prolongar a situação de alerta devido ao tempo quente até ao dia 13 de agosto. O anúncio foi feito pela ministra da Administração Interna, após o Conselho de Ministros.
"Decidimos renovar a situação de alerta até 13 de agosto”, declarou a ministra Maria Lúcia Amaral.
Esta situação de alerta - que começou no último domingo e deveria ter terminado esta quinta-feira - vai vigorar nos mesmo termos. Vai também manter-se o dispositivo de combate aos incêndios ao nível da mobilização dos meios e dos operacionais.
A ministra deu duas razões para este prolongamento: porque “a vigência da situação de alerta contribuiu para uma redução do número de ignições” e porque se “prevê, mais uma vez, um agravamento das situações climatéricas para os próximos dias”.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as temperaturas máximas vão subir no próximo fim-de-semana, mantendo-se elevadas até segunda-feira, com os termómetros a variar entre os 30 e os 38 graus na maioria do território.
Na quarta-feira, o satélite do Copernicus mostrava 2625 hectares de área ardida no incêndio de Vila Real.
Estado de alerta
Durante o estado de alerta são tomadas “medidas excecionais" como a proibição de queimadas, a utilização de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Todas as licenças anteriormente atribuídas para estas atividades são agora suspensas.
Não é permitido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais. Os trabalhos com maquinaria nos espaços florestais e em áreas rurais que representem risco de ignição estão também proibidos.
Também é acionado um reforço do dispositivo operacional de combate aos incêndios rurais, com uma “elevação do grau de prontidão e resposta da GNR, PSP, bombeiros e Forças Armadas” e da “mobilização de sapadores florestais, agentes florestais e vigilantes da natureza”.
Outras medidas
O Conselho de Ministros também aprovou outras medidas de combate aos incêndios, incluindo o "agravamento do quadro sancionatório". Uma decisão que vai estar "refletida na lei de política criminal para o biénio 2025-2027".
“O chamado crime de incêndio florestal causa grave dano comunitário e, por isso, deve ter nesta lei de política criminal uma consideração especial, nomeadamente quanto à prioridade que deve ser dada na sua investigação”, justificou a ministra da Administração Interna.
As Forças Armadas foram autorizadas a comprar dois kits de combate aos incêndios que vão ser instalados nos aviões C-130.
Calor também não dá tréguas em Espanha
Depois de um mês de julho com temperaturas mais baixas do que o normal em grande parte do país, o território espanhol começou agosto com uma onda de calor sufocante que, segundo a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet), se prolongará pelo menos até quarta-feira, 13 de agosto.
A atual configuração atmosférica, bastante estacionária e dominada por uma massa de ar quente e seco de origem africana, está a favorecer uma subida térmica contínua, segundo a agência estatal. São esperadas máximas de 36ºC a 38ºC na maior parte do interior da península, com picos de até 40ºC nos vales dos rios Tejo, Guadiana e Guadalquivir.
Além disso, o sol intenso típico do verão poderá gerar trovoadas isoladas durante a tarde, especialmente em torno da Serra do Bético na quinta-feira, que poderão estender-se a outras zonas do interior na sexta-feira. As rajadas de vento associadas poderão ser localmente muito fortes, de acordo com a Aemet.
Quanto tempo vai durar o calor?
Para o fim de semana, as temperaturas vão continuar a subir. Estão previstas máximas de 40ºC a 42ºC no sudoeste e valores próximos dos 40ºC no vale do Ebro e no nordeste da península. Por outro lado, a zona cantábrica experimentará uma ligeira pausa térmica no sábado, embora as temperaturas voltem a subir no domingo.
A tendência de subida manter-se-á na segunda e terça-feira, especialmente no sudoeste e no interior do nordeste peninsular, onde as temperaturas poderão atingir os 41ºC a 43ºC. Embora se preveja uma mudança a partir de quarta-feira, dia 13, com descidas térmicas mais acentuadas na metade ocidental, a Aemet salienta que os valores continuarão a ser anormalmente elevados.
As noites também não vão oferecer alívio: as temperaturas mínimas não vão descer abaixo dos 23ºC a 25ºC em muitas zonas do centro, sul e costa mediterrânica. A partir de sexta-feira, estes valores estender-se-ão também às depressões do nordeste, dando lugar a noites tropicais ou mesmo tórridas, com pouca recuperação térmica durante as primeiras horas da manhã.
Nas Ilhas Canárias, a situação também é crítica. Desde a passada terça-feira, as temperaturas têm seguido uma clara tendência de subida. Prevêem-se temperaturas máximas entre 38ºC e 40ºC entre sábado e segunda-feira, mesmo nas zonas baixas do arquipélago. As temperaturas mínimas serão particularmente elevadas, não descendo abaixo dos 26ºC a 28ºC nas encostas do sul, pelo que os critérios de onda de calor poderão também ser cumpridos nas ilhas.
A Aemet insiste na importância de ter muito cuidado, de se manter hidratado, de evitar a exposição ao sol durante as horas centrais do dia e de seguir as recomendações das autoridades locais face a este episódio de calor extremo que, para já, não dá sinais de abrandar.