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Alemanha promete apoiar projeto brasileiro de proteção das florestas na COP30

O rio Curua corre perto do projeto Esecaflor na Floresta Nacional de Caxiuana, 22 de março de 2025
O rio Curua corre perto do projeto Esecaflor na Floresta Nacional de Caxiuana, 22 de março de 2025 Direitos de autor  AP Photo
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De Gavin Blackburn
Publicado a Últimas notícias
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O Instrumento "Floresta Tropical para Sempre" procura mobilizar investimentos no valor de 108 mil milhões de euros, que podem ser utilizados para pagar a 74 países em desenvolvimento por cada hectare de floresta que conservem.

O chanceler alemão Friedrich Merz comprometeu-se a apoiar uma iniciativa brasileira de apoio à conservação das florestas ameaçadas do mundo, em conversações internacionais na orla da floresta da Amazónia, antes da conferência anual das Nações Unidas sobre o clima, COP30.

A iniciativa, denominada Tropical Forest Forever Facility, atraiu 5,5 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) em promessas, com a Noruega e França a quererem juntar-se ao Brasil e à Indonésia no investimento.

Merz afirmou que a Alemanha fará uma contribuição "considerável", mas não especificou o montante.

O fundo pretende, eventualmente, alavancar os investimentos em 125 mil milhões de dólares (108 mil milhões de euros) que podem ser utilizados para pagar a 74 países em desenvolvimento por cada hectare de floresta que conservem.

Dezenas de governos manifestaram o seu apoio ao fundo e estão em conversações para saber mais sobre este, disse o ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad, incluindo a China e os Emirados Árabes Unidos.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, durante a reunião em Belém, 7 de novembro de 2025
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, durante a reunião em Belém, 7 de novembro de 2025 AP Photo

O vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang, afirmou que o país "está pronto para reforçar a cooperação com todas as partes na conservação das florestas tropicais e dar maiores contribuições", sem elaborar um compromisso.

A ausência de compromissos por parte de alguns países que elogiaram a iniciativa, incluindo o Reino Unido, foi notória, uma vez que os governos enfrentam restrições políticas e orçamentais.

Governação autónoma para apoiar as florestas tropicais

Financiado por dívida remunerada em vez de donativos, o fundo investiria os seus ativos para gerar rendimentos que seriam utilizados para pagar aos credores e recompensar os países que reduzissem a desflorestação.

Em vez de se basear na boa vontade, o esquema tem como objetivo tornar mais lucrativo para os governos manter as suas árvores em pé do que abatê-las para a agricultura industrial ou para a exploração mineira.

As regras do fundo exigem que os governos reservem 20% da compensação que recebem para os povos indígenas, que há milénios gerem e preservam as terras.

Ambientalistas caminham pela Floresta Nacional de Caxiuana, no Brasil, 22 de março de 2025
Ambientalistas caminham pela Floresta Nacional de Caxiuana, no Brasil, 22 de março de 2025 AP Photo

"Com isso podemos superar as flutuações das políticas governamentais e garantir uma estrutura, uma governança autónoma para apoiar as florestas tropicais", disse a ministra dos povos indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, aos jornalistas.

Espera-se que as negociações sobre o clima tenham uma grande presença de tribos, especialmente do Brasil e dos países vizinhos.

As florestas, incluindo a Amazónia, onde o Brasil acolhe a conferência COP deste ano, desempenham um papel crucial na regulação do clima, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa que aquece o planeta quando é libertado na atmosfera.

Unificar os mercados mundiais de carbono

A União Europeia anunciou, na sexta-feira, que se vai juntar ao Brasil e a outros países numa coligação que visa unificar os mercados globais de carbono, e incentivar as nações e as empresas a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

O Brasil afirmou que pretende que a COP30 produza um quadro internacional de fixação de preços do carbono em que nenhum país estabeleça as normas para o comércio de emissões, o que permite às empresas que poluem menos do que os limites de emissão que lhes foram atribuídos vender créditos às que excedem os seus.

Líderes presentes na Cimeira do Clima da ONU COP30 posam para uma fotografia de grupo em Belém, 7 de novembro de 2025
Líderes presentes na Cimeira das Nações Unidas sobre o Clima COP30 posam para uma fotografia de grupo em Belém, 7 de novembro de 2025 AP Photo

O Brasil e a União Europeia não pretendem que cerca de 200 países adiram a um mercado unificado, o que falhou em cimeiras anteriores, mas sim que se estabeleça um conjunto básico de regras para integrar os diferentes sistemas de fixação de preços do carbono no mundo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o preço do carbono é "um dos nossos melhores trunfos para o clima".

"Juntamente com o Brasil e outros parceiros, vamos fazê-lo corretamente e em conjunto", afirmou.

Outras fontes • AP

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