Já está em curso a investigação parlamentar sobre as chamadas "práticas fiscais agressivas" de multinacionais em conivência com alguns governos da União Europeia. Três eurodeputados portugueses integr
Já está em curso a investigação parlamentar sobre as chamadas “práticas fiscais agressivas” de multinacionais em conivência com alguns governos da União Europeia.
Três eurodeputados portugueses (Marisa Matias, Elisa Ferreira e Miguel Viegas) integram a comissão especial do Parlamento Europeu sobre acordos fiscais confidenciais.
Os trabalhos tiveram início durante a sessão plenária a decorrer, esta semana, em Estrasburgo (França).
O presidente da comissão especial, Alain Lamassoure, disse que “não nos cabe fazer julgamentos porque somos legisladores. Queremos alargar a investigação feita pela imprensa e que se centrou sobretudo no Luxemburgo. Há provavelmente cinco ou seis Estados-membros nos quais a situação é anormal”.
O co-líder dos verdes europeus, Philippe Lamberts, preferia que houvesse uma comissão de inquérito e não apenas uma comissão especial, que tem menos poderes, mas pede resultados claros.
“Sempre que há escândalos como este, o mundo político agita-se e diz que é preciso, pelo menos, dar a impressão de que vamos reagir. Mas depois a energia para realmente mudar as coisas desaparece rapidamente”, disse Lamberts.
“O objetivo da comissão especial é exercer pressão constante sobre a Comissão Europeia e os Estados-Membros para que se mudem efetivamente as práticas fiscais”, acrescentou o eurodeputado ecologista.
Estas práticas de chamada elisão fiscal foram reveladas com o escândalo Luxleaks, em outubro passado.
Mas a Irlanda, Bélgica e Holanda são outros países suspeitos de ajudarem as multinacionais a pagarem impostos mínimos sobre lucros milionários.
O relatório deverá estar pronto dentro de seis meses, sendo Elisa Ferreira (PS) uma das responsáveis pela sua redação.