Dentro de duas semanas, Comissão Europeia deverá propor um sistema de re-localização de refugiados
Várias organizações não governamentais manifestaram-se em Estrasburgo, próximo do Parlamento Europeu, em nome de uma política migratória melhor. Na bagagem trouxeram uma lista com nomes de migrantes que morreram no Mediterrâneo ao tentar chegar à Europa. Alguns eurodeputados juntaram-se ao coro de protesto.
Esta quarta-feira o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que insta a Comissão Europeia a estabelecer quotas de distribuição de refugiados entre os Vinte e Oito. O presidente do executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, sublinhou a falta de resposta da União Europeia: “A reposta do Conselho Europeu à tragédia humana a que assistimos no Mediterrâneo foi imediata, mas continua a ser insuficiente. Teríamos de ter demostrado a nossa vontade coletiva para distribuir geograficamente os refugiados pela Europa. É algo que precisamos de fazer.”
Dentro de duas semanas, a Comissão Europeia deverá propor um sistema de re-localização dos refugiados na Europa que provocará, seguramente, a oposição de alguns Estados-membros.
“Quando dizemos que abrimos as nossas portas aos que têm problemas, aos que enfrentam perseguições, é muito importante que tenhamos algumas ideias sobre o que queremos dizer com isso. Quantos virão? Temos a capacidade para fazer face ao problema e instalar as pessoas que querem vir?
Temos de dispor de um processo e de um sistema próprios para assegurar que fazemos a distinção entre os que fogem verdadeiramente de perseguições e aqueles que procuram, como se compreende, uma vida melhor”, lembra o eurodeputado conservador Syed Kamall.
Na cimeira que se realizou na semana passada em Bruxelas, os líderes europeus decidiram triplicar os fundos para vigiar melhor o Mediterrâneo e evitar tragédias ainda maiores.