As incógnitas em torno do Brexit não param de se multiplicar. E os efeitos negativos sobre a economia britânica e a população já começaram a surgir.
As especulações em torno do Brexit não param de se multiplicar. Mas ainda faltam, pelo menos, dois anos até que o Reino Unido abandone de facto a União Europeia. As incógnitas são muitas. No entanto, o que é certo é que já há efeitos negativos concretos na economia britânica e entre a população.
Britânicos que vasculham a história de família para tirar o passaporte irlandês; imigrantes no Reino Unido que estudam à pressa para solicitar o passaporte britânico. Quem diz passaporte, diz uma segunda nacionalidade, uma nova pele. A corrida pela identidade individual, ao ritmo do Brexit, na reportagem que Hans von der Brelie fez para o Insiders: O Brexit e a corrida aos passaportes no Reino Unido.
A ansiedade contagia também os setores financeiro e tecnológico. Durante anos a fio, o poder magnético de Londres concentrou na cidade uma das maiores plataformas tecnológicas do mundo. Mas o incontornável Brexit ameaça fazer desmoronar esse estatuto. Várias empresas estão a transferir atividades para escritórios na Europa continental. E muitos trabalhadores europeus pensam agora duas vezes antes de aceitar um emprego no Reino Unido. A jornalista Sarah Chappell abordou o fenómeno da saída das empresas tecnológicas rumo a cidades como Berlim ou Lisboa na reportagem “Depois do Brexit, Londres enfrenta a ameaça do ‘Techxit’”.
London start-up scene weighs threat of British #Techxit | Reuters https://t.co/jRsYADeCeb
— Jörn Menninger (@JoeMenninger) 23 juillet 2016
O Insiders falou ainda com André Sapir, economista e membro do grupo de reflexão Bruegel, em Bruxelas, sobre os contornos que o Brexit começa a assumir: “Londres e Bruxelas: ‘É preciso estabelecer um outro matrimónio, mas com menos laços’”.