Sistema de quotas para refugiados na UE falhou

O sistema de recolocação de requerentes de asilo por quotas na União Europeia terminou a 26 de setembro, longe de atingir os seus objetivos.
Em dois anos, apenas 18 por cento das 160 mil pessoas elegíveis foram transportadas da Grécia e da Itália, onde chegaram em busca de proteção, para outros Estados-membros.
“Quando há vontade, encontra-se uma solução”, disse, à euronews, Iverna McGowen, diretora da delegação da Amnistia Internacional para a União Europeia, em Bruxelas.
“Quando os bancos colapsaram, foram disponibilizados milhões de euros; quando há uma crise humanitária noutros países, encontram-se os recursos necessários. Esta é, claramente, uma questão em que é preciso vontade política para alocar os recursos adequados de forma a ajudar as pessoas em situação desesperada”, acrescentou a ativista.
Relocation gives #refugees a new start. But #EU states have only granted 30% of the 98000 places promised in 2015 https://t.co/GxcEh8hSfGpic.twitter.com/cuFX8GHR3K
— Amnesty EU (@AmnestyEU) September 26, 2017
Malta, Finlândia e Irlanda foram os países mais cumpridores das suas quotas.
República Checa, Hungria e Polónia foram os mais resistentes, apesar do Tribunal de Justiça da União Europeia ter considerado a medida legal e obrigatória.
Portugal ficou em oitavo lugar na tabela dos 28 países, tendo recebido 49% dos refugiados da quota atribuída, embora se tenha disponibilizado a aumentá-la.
A Comissão Europeia promete apresentar novas propostas nesta área, enquanto que os Estados-membros discutem uma reforma mais aprofundada do sistema de asilo europeu, que está a dividir os países de leste e oeste.