Na origem do reforço dos serviços já existentes está a atual vaga de frio que assola o norte e centro da Europa.
A vaga de frio que atravessa a Europa central levou as autoridades de Bruxelas a tomarem novas medidas de proteção dos sem-abrigo. O presidente da autarquia de Etterbeek, Vincent Dewolf, autorizou a polícia a proceder à detenção administrativa dos sem-abrigo que se recusam a buscar refúgio num centro de acolhimento.
Na semana passada, os serviços de ação social abriram um centro de acolhimento suplementar em Bruxelas com capacidade entre 50 a 70 camas que eleva o total de lugares disponíveis na capital belga para 1100.
"Não podemos aceitar que alguém se queira colocar em perigo. Se alguém quer saltar de uma ponte, nós vamos lá empurrá-lo ou tentamos salvá-lo? É claro que vamos tentar salvar essa pessoa. Temos igualmente uma obrigação legal de prestar assistência às pessoas em perigo. Enquanto responsável pela ordem e segurança públicas, sinto-me obrigado a fazê-lo", afirma o presidente da autarquia de Etterbeek.
A Cruz Vermelha foi igualmente mobilizada. Aqui, os sem-abrigo são alojados, alimentados e têm igualmente acesso a auxílio médico. Cada quarto tem espaço para seis pessoas.
Para o diretor deste centro, Freddy Simon, a prioridade é evitar mortes.
"Se as pessoas se encontram em perigo de vida na rua então é normal tentar levar-lhes alguma segurança. O que queremos evitar é mortes na rua porque a pessoa se recusou a vir para o abrigo ou porque as autoridades não fizeram o necessário para proteger essa pessoa", afirma.
Diego é um sem-abrigo espanhol que vive na Bélgica desde 2011 e nas ruas há sete anos. Para ele, os refúgios proporcionados pelas autoridades são de evitar.
"Os refúgios dos serviços sociais são locais sujos, as pessoas roubam, é uma grande confusão. É por isso que prefiro ficar na rua com a minha mulher".
João Ferreira