A publicação da primeira versão do tratado entre o Reino Unido e a União Europeia revela um número significativo de divergências entre os dois lados.
A publicação da proposta de tratado para a saída do Reino Unido da União Europeia deveria constituir um marco decisivo no processo do Brexit, no entanto a proposta revela que ambos os lados ainda se encontram longe de uma solução.
"O governo britânico terá agora menos margem para negociar"
Professor de Estudos Europeus, Universidade VUB
Mas em que é que consiste este tratado?
O documento cobre áreas como os direitos dos cidadãos, a Irlanda e a questão das fronteiras, que parece longe de uma solução. Por fim, refere ainda o tão falado período de transição, que a União Europeia afirma não ser um "dado adquirido".
Para analisar o significado de tudo isto, a eronews falou com o professor Harri Kalimo do Instituto de Estudos Europeus da Universidade VUB, na Bélgica.
Damon Embling, euronews: "O tratado de saída, soa complicado e muito aborrecido, mas qual é o seu significado?"
Harri Kalimo: "Bem, é significativo e tal como acontece em qualquer texto legal, é o detalhe que é importante. Em segundo lugar, trata-se de um esboço da Comissão para os estados-membros. Os estados-membros, enquanto decisores, têm que conhecer o conteúdo exato deste tratado. Em terceiro lugar, a posição da UE em relação ao Reino Unido está a tornar-se mais concreta e o governo britânico terá agora menos margem para negociar".
euronews: "A Irlanda do Norte é um dos grandes problemas. Tudo sugere que no futuro a União Europeia continuará a ter muita influência aqui, ou não?
HK: "Não sei se influência é a palavra certa. No entanto, trata-se de uma posição de último recurso, uma opção para manter a Irlanda do Norte enquanto parte da união aduaneira. Isso significa que fica sujeita aos regulamentos do mercado interno da UE assim como à jurisprudência do Tribunal Europeu de Justiça. É isto que significa. No entanto, trata-se apenas de uma solução de recurso pois seria algo muito difícil de aceitar para o governo britânico".
João Ferreira