Ocidente calcula alcance da retaliação na Síria

O debate sobre a eventual resposta militar ocidental pelo alegado ataque químico na Síria encontra-se ao rubro em fóruns diplomáticos e militares. Os Estados Unidos prometem agir em coligação com países como Reino Unido, França e Arábia Saudita, de acordo com as últimas informações disponíveis.
"Se os russos ficarem zangados com os alvos atingidos poderá haver uma escalada, não apenas na Síria, mas em toda a região”
Analista geopolítico, International Crisis Group
"A retaliação militar tem de acontecer porque, mais uma vez, fica claro que quando não se dá resposta a estes casos, que começaram em 2013, tal faz com que o regime de Assad não se abstenha de continuar a usar armas químicas contra a população. Penso que é muito claro para os governos de Washington e de Paris que agora temos de marcar claramente a linha vermelha", disse, à euronews, Fabrice Pothier diretor de estratégia no centro de estudos de geopolítica Rasmussen Global.
Se a retaliação parece inevitável, a abrangência da mesma é uma questão delicada porque pode levar a uma contra-reposta dos aliados do regime sírio, que são potências importantes na região.
"Se os norte-americanos atacarem o exército sírio, e apenas o exército sírio, penso que o regime se vai vingar atingindo civis em áreas controladas pelos rebeldes na Síria. Isso seria terrível para os civis mas, ainda assim, o impacto seria algo contido", começa por explicar Joost Hiltermann, diretor do Programa MENA no centro de estudos Internacional Crisis Group (Bruxelas).
"Contudo, se os russos ficarem realmente zangados com os alvos atingidos por incluírem tropas, equipamento ou aviões russos - aplicando-se a mesma lógica aos iranianos - então, poderá haver uma escalada não apenas na Síria, mas em toda a região”, concluiu.
O correspondente da euronews em Bruxelas, Damon Embling, acrescenta que "a Comissão Europeia emitiu uma declaração de condenação, no domingo, depois dos acontecimentos em Douma. Desde aí que não comenta a possibilidade de ação militar, mas uma fonte disse que monitorizam de perto a situação na Síria e que o tema vai ser debatido na reunião dos ministros Negócios Estrangeiros, no Luxemburgo, segunda-feira".