Comissário europeu pede desculpa por comentário polémico

Comissário Guenther Oettinger no Parlamento Europeu
Comissário Guenther Oettinger no Parlamento Europeu
De  Ricardo Borges de Carvalho
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Alemão Guenther Oettinger diz que respeita a vontade dos eleitores em todos os países. Isto depois de ter dito esperar que "os mercados financeiros ensinem os italianos a votar bem", ou seja, a não votar nos populistas.

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Continuam as ondas de choque provocadas pelo Comissário europeu do Orçamento, Guenther Oettinger, quando disse numa entrevista esperar que "os mercados financeiros ensinem os italianos a votar bem", ou seja, a não votar nos populistas.

A frase gerou mal-estar em Itália e na União Europeia. O comissário alemão já veio a público pedir desculpa e dizer que respeita a vontade dos eleitores de esquerda, direita ou centro em todos os países.

Em Itália, os populistas pediram a demissão de Oettinger. Em Bruxelas, as críticas foram duras, nomeadamente pelo líder dos Verdes no Parlamento Europeu, Philippe Lamberts.

"Ele (Oettinger) devia ter ficado calado. Não se espera de um Comissário que confirme por este comentário as piores suspeitas dos eurocépticos. Ele lidera a negociação do orçamento que é um dossier muito importante e penso que seria perturbador para a União Europeia se se demitisse, mas isto é mesmo lamentável. Oettinger já teve deslizes como este no passado e já devia ter aprendido com eles."

À margem desta gafe de Oettinger, a crise política em Itália continua a provocar dores de cabeça em Bruxelas. A União Europeia vê-se confrontada com alguns problemas no seu funcionamento interno e vai ter de lidar com os populistas de esquerda e de direita, como refere Philippe Lamberts.

"Não se trata de se podemos, mas de termos de o fazer, é a democracia. Não vai ser fácil atenuar as diferenças, mas prefiro ter estas pessoas nos círculos da democracia do que empurrá-las para fora. Isso seria um grande erro".

Uma Europa que aposta muito na reforma da zona euro. A ideia é que corrigidas as falhas na União Monetária, os populismos terão mais dificuldade em crescer e dividir o continente.

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