A proposta de orçamento da Itália para 2019 já foi entregue em Bruxelas. O governo populista enviou o documento para a Comissão Europeia com uma previsão de défice, em 2019, de 2,4% do PIB, três vezes mais do que o aconselhado pelo executivo comunitário.
A proposta de orçamento da Itália para 2019 já foi entregue em Bruxelas. O governo populista enviou o documento para a Comissão Europeia com uma previsão de défice, em 2019, de 2,4% do PIB, três vezes mais do que o aconselhado pelo executivo comunitário.
O governo italiano especula com a possibilidade de conseguir forçar o resto da zona do euro a assumir uma parte da sua dívida
Professor de Microeconomia, Universidade Livre de Bruxelas
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, avisa que a Itália tem de respeitar as regras tal como os restantes 18 países da zona euro.
A dívida pública italiana - uma das mais altas da União Europeia - é, em grande parte, detida por bancos italianos. Mas o governo parece confiante de que os parceiros europeus poderão ajudar de forma diferente do que fizeram com outros países.
"O governo italiano especula com a possibilidade de conseguir forçar o resto da zona do euro a assumir uma grande parte da sua dívida. Penso que isso vai acontecer, mas o resultado dessa especulação pode ser muito grave", disse Georg Kirchsteiger, professor de Microeconomia na Universidade Livre de Bruxelas.
A Itália é a terceira maior economia da zona euro e o presidente do Eurogrupo pediu ao governo italiano para ser responsável. Mas Mário Centeno não considera que a estratégia do país possa colocar em risco toda a zona euro.
A atitude desafiante do governo de Roma levou o primeiro-ministro da Holanda a admitir discutir o tema na cimeira da União Europeia, esta semana.
A Comissão Europeia deverá pronunciar-se sobre os orçamentos dos Estados-membros antes do final do mês.