A Itália vai manter a sua proposta orçamental, apesar das críticas da União Europeia. Em resposta a uma carta da Comissão Europeia da semana passada, o Governo italiano informa que não vai recuar nos planos de gerar um défice orçamental de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Itália vai manter a sua proposta orçamental, apesar das críticas da União Europeia.
Em resposta a uma carta da Comissão Europeia da semana passada, o Governo italiano informa que não vai recuar nos planos de gerar um défice orçamental de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Na carta italiana enviada a Bruxelas, lê-se que "foi uma decisão difícil, mas necessária, devido à demora persistente em recuperar os níveis do PIB pré-crise e às condições dramáticas que afetam as pessoas mais desfavorecidas da sociedade italiana".
O primeiro-ministro italiano garantiu que a Itália quer ficar na União Europeia e que está disponível para dialogar com a Comissão.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, mostrou a inquietação de Bruxelas face ao défice estrutural de Itália e à sua elevada dívida pública. "Eu respeito o Governo Italiano, eu respeito-o, mas ele tem também que respeitar as regras europeias. É o respeito mútuo que me permite avançar nesta Europa diversa", realçou.
A decisão do Governo de coligação italiano faz prever um grande confronto entre Roma e Bruxelas, que poderia levar a União Europeia a rejeitar o orçamento da Itália e a impor multas contra o país.
Uma postura flexível em relação à Itália seria vista como injusta por países como Portugal, que teve de aceitar medidas fortes de austeridade no passado.
"Nós também sabemos qual é a perceção das pessoas quando os países grandes podem fazer coisas que os pequenos não podem. Transmite uma perceção muito negativa às pessoas de quão justas as instituições europeias são", afirmou a ex-ministra Portuguesa das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
A Comissão Europeia vai discutir e decidir terça-feira os próximos passos na avaliação do projeto de orçamento da Itália.