Roménia "lidera" UE mas recebe avisos sobre democracia
"Sim à Europa, não à ditadura" ouviu-se na manifestação em Bucareste, por ocasião da cerimónia de abertura da presidência semestral da União Europeia a cargo da Roménia.
É a primeira presidência para o país, que aderiu ao bloco em 2007. Mas mais do que a falta de experiência, há preocupação com medidas do governo para reverter reformas anticorrupção.
"O povo romeno quer ser parte da União Europeia e viver num país que aplica o Estado de direito", disse um manifestante à euronews.
"Ninguém duvida da capacidade da Roménia a nível técnico já que a equipa a trabalhar em Bruxelas está perfeitamente preparada. O que existe é dúvida quanto à capacidade política, nomeadamente, por causa das reformas do governo no sistema judicial, que preocupam Bruxelas", acrescenta a enviada especial, Ana Lazaro.
A primeira-ministra, Viorica Dăncilă, promete surpreender: "Vamos mostrar que a Roménia merece o respeito da comunidade europeia e o estatuto de parceiro igual na grande construção da Europa".
Viorica Dăncilă é acusada pela oposição de se deixar manipular pelo líder do Partido Social-Democrata, Liviu Dragnea, que não se pôde candidatar por causa de condenações judiciais e que é um dos defensores de uma amnistia.
O presidente do país, Klaus Iohannis, de centro-direita, que representa a Roménia nas cimeiras europeias, ouviu de Jean-Claude Juncker recados sobre o Estado de direito.
"É verdade que a Europa se constrói com compromissos, mas não pode haver compromisso quando se trata do essencial. O essencial seria negativamente afetado por uma amnistia, como alguns parecem advogar neste país. Isso seria um retrocesso", disse o presidente da Comissão Europeia, numa conferência de imprensa.
Apesar das tensões, Bruxelas e Bucareste vão tentar fazer avançar importantes temas na agenda: o Brexit, o próximo orçamento comunitário para 2021-2027 e a gestão da migração.