Polémica com uso de fundos da UE na Hungria
Há muito que a alegada fraude com fundos da União Europeia na Hungria domina a atualidade no país e nos corredores das instituições comunitárias.
Ákos Hadházy, ativista anticorrupção húngaro, disse à euronews que governo de Viktor Orbán esta envolvido nesses esquemas e acusa-o de controlar a ação do procurador-geral do país, evitando o julgamento de suspeitos por corrupção.
"A quantidade de dinheiro desviada situa-se entre os 30% e 100% dos fundos. Em qualquer projeto financiado pela União Europeia, verifica-se que pelo menos 30% da verba é usada de forma fraudulenta. Isso significa que foram roubados dezenas de milhares de milhões de euros. Esse dinheiro é usado para sustentar um sistema político corrupto. É como se a União financiasse esse sistema político, algo realmente perigoso", disse Ákos Hadházy.
Este dissidente do Fidesz, partido no poder, já recolheu meio milhão de assinaturas a exigir que a Hungria aceite a soberania da futura Procuradoria-Geral da União Europeia, que vai julgar casos de corrupção com fundos comunitários.
Uma questão de soberania
Questionado pela euronews, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que "não nos cabe forçar, pressionar, sugerir ou recomendar nada nesse sentido. Mas é claro que todos os países que se juntarem serão prova de que esta iniciativa foi bem pensada e é lógica na arquitetura institucional da União Europeia".
O governo húngaro tem sempre negado qualquer irregularidade com fundos da União Europeia.
O primeiro-ministro, Viktor Orbán, disse que Hungria não vai aderir à Procuradoria-Geral da União Europeia porque tal limitaria a soberania do país. Orbán recusou comentar as acusações do ativista entrevistado pela euronews.