A maior bancada eurocética do Parlamento Europeu vai chamar-se Identidade e Democracia, terá 73 eurodeputados, vindos de nove Estados-membros. Muitos deles são rostos conhecidos em Bruxelas, nomeadamente, a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen.
A maior bancada eurocética do Parlamento Europeu vai chamar-se Identidade e Democracia, terá 73 eurodeputados, vindos de nove Estados-membros. O presidente do grupo vem da delegação italiana, chama-se Marco Zanni e tem 32 anos.
Muitos dos seus membros são rostos conhecidos em Bruxelas, nomeadamente a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen.
"Os membros não têm a mesma dinâmica anterior porque muitos dos partidos de origem dos eurodeputados estão ou estiveram em governos nacionais, demonstrando maior maturidade", disse Marine Le Pen, quarta-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Até agora, o grupo da extrema-direita chamava-se Europa das Nações e Liberdades e tinha apenas 36 eurodeputados.
A maior delegação vem da França, eleita pela União Nacional, liderada por Le Pen. Mas uma das novidades são os eleitos pela Liga, em Itália, liderada pelo vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini.
Na bancada sentam-se, também, os membros do partido Alternativa para a Alemanha.
O "não" de Farage e dos polacos
A bancada poderia ser ainda mais numerosa se tivesse conseguido convencer o britânico Nigel Farage a juntar-se, mas o líder do Partido Brexit, que tem a maior delegação de eurodeputados do Reino Unido (29), recusou a aliança.
"No Reino Unido, a Marine Le Pen é uma "marca" muito tóxica e Nigel Farage não pode ser visto em parceria com ela. Além disso, ele quer continuar a ter o seu próprio grupo no Parlamento Europeu, com direito a um lugar na fila da frente, a partir do qual faz os seus discursos nos grandes debates. Ele também quer os recursos financeiros que são dados a cada grupo no Parlamento Europeu para levar a cabo a sua própria agenda", explicou, à euronews, James Holtum, analista e diretor do centro de estudos Rasmussen Global.
Essa agenda até coincide com a do grupo Identidade e Democracia, que defende a devolução de alguns poderes das instituições comunitárias aos governos e parlamentos de cada Estado-membro.
Mas deixaram de lado a promessa de acabar com a moeda única e, mesmo, de saída da União dos Estados-membros de onde são originários.
Mas nunca estão muito longe da polémica e a conferência de imprensa ficou marcada pela crítica por parte de alguns jornalistas pelo facto de haver membros do grupo político nos lugares do público a aplaudir os discursos.
O Identidade e Democracia também não convenceuoutra poderosa delegação eurocética, isto é, os eleitos pelo Partido Lei e Justiça, da Polónia, por causa dos laços de proximidade de Le Pen e de Salvini com a Rússia.